Tecnologia

Governo cria "Uber" para transporte de servidores públicos

Ideia é que empresa contratada desenvolva um aplicativo, a exemplo dos existentes hoje para serviços de táxi e transportes de passageiros


	"Uber" do governo: servidores terão acesso ao app e, depois de se registrar, chamará um carro para se locomover a trabalho pela tela de seu telefone
 (Reuters)

"Uber" do governo: servidores terão acesso ao app e, depois de se registrar, chamará um carro para se locomover a trabalho pela tela de seu telefone (Reuters)

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Da Redação

Publicado em 8 de setembro de 2015 às 19h43.

Brasília - Com dificuldades para reduzir despesas de peso e tentado reverter a queda na arrecadação, o governo fará um esforço para cortar gastos administrativos e dar mais eficiência à contratação de serviços.

Uma das novidades é a criação de um aplicativo para o transporte de servidores federais, uma espécie de "Uber" do governo.

Ao invés de cada órgão ter veículos próprios, como é hoje, será contratada uma frota terceirizada única. Estão na lista ainda mudanças nas contratações de serviço de segurança, limpeza, manutenção predial, energia elétrica e cartas e encomendas.

"São pequenas economias quando você compara com o R$ 1,2 trilhão que é a despesa do governo, mas é uma questão de eficiência no gasto. Uma sinalização de que o governo está preocupado com isso, está mantendo uma gestão austera dos custos", disse à reportagem o secretário-executivo do Ministério do Planejamento, Dyogo Oliveira.

Segundo Oliveira, o governo deverá fechar a modelagem para uma licitação unificada que contratará o serviço de transportes até o fim do ano.

Integrante mais famoso da família de aplicativos para transportes de passageiros, o Uber foi criticado pela presidente Dilma Rousseff na semana passada.

A presidente disse que o aplicativo "tira o emprego dos taxistas", mas reconheceu que "a tecnologia sempre produziu isso no mundo".

"É uma polêmica. Eu acho que o Uber é complexo porque tira emprego de muitas pessoas", disse, acrescentando que o serviço depende da regulamentação de estados e municípios. "Não é a União que decide isso".

A intenção do governo não é recorrer aos serviços do Uber. A ideia é que a empresa contratada desenvolva um aplicativo, a exemplo dos existentes hoje para serviços de táxi e transportes de passageiros.

Cada servidor terá acesso ao aplicativo e, depois de se registrar, chamará um carro para se locomover a trabalho pela tela de seu telefone.

A expectativa é economizar cerca de 20% do montante gasto atualmente com frota, que é de quase R$ 200 milhões por ano. O serviço deverá ser utilizado em Brasília, no Rio de Janeiro e em São Paulo.

"Com isso, conseguiremos otimizar a utilização dos veículos. Hoje temos dificuldade de fazer a manutenção de frota, é um gasto difícil de controlar", explicou Oliveira.

A empresa contratada deverá receber por quilômetro rodado, o que o governo considera mais fácil de acompanhar, já que o próprio aplicativo registra os trajetos percorridos. "É um mecanismo muito ágil de controle, muito mais eficaz do que ficar administrando frotas próprias", completa o secretário.

O governo continuará tendo carro próprio apenas para o transporte de ministros e autoridades e para aplicações específicas, como ambulância e carros policiais e militares.

Segurança

Outra questão em estudo é a contratação unificada de serviço de limpeza, conservação, copeiragem, vigilância, portaria e manutenção predial para todos os órgãos do Executivo.

Atualmente, esses serviços são licitados separadamente por cada órgão ou ministério, que na maioria das vezes contratam cooperativas que terceirizam o serviço.

"Muitas vezes temos problemas, as empresas deixam os trabalhadores sem receber. Temos que estudar um modelo de contratação que gere redução de custo e também mais segurança para as pessoas que vão trabalhar", acrescenta o secretário.

Também deverão ser revistos os contratos dos órgãos públicos para o fornecimento de energia elétrica e de serviços postais, que também terão a contratação unificada.

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