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Google Plus está cada vez mais fantasmagórico, aponta estudo

Uma análise mostra que os usuários da rede social do Google tendem a publicar menos atualizações com o passar do tempo

O Google Plus já tem 100 milhões de usuários, mas muita gente só entrou por causa da integração com outros serviços do Google (Reprodução)

O Google Plus já tem 100 milhões de usuários, mas muita gente só entrou por causa da integração com outros serviços do Google (Reprodução)

Maurício Grego

Maurício Grego

Publicado em 16 de maio de 2012 às 12h16.

São Paulo — O Google+ já tem mais de 100 milhões de usuários, algo que o CEO Larry Page fez questão de divulgar recentemente. Mas o rápido crescimento não afastou a fama de cidade fantasma das redes sociais que o Google+ adquiriu no início deste ano. Um estudo da empresa americana RJMetrics confirma que, por causa da integração com outros serviços do Google, muitas pessoas são levadas a se inscrever no Google+. Mas, depois disso, elas pouco interagem na rede social.

O relatório da RJMetrics também mostra algo que deve deixar Larry Page preocupado: com o passar do tempo, as pessoas tendem a publicar cada vez menos atualizações no Google+. Ou seja, a rede pode ficar cada vez mais fantasmagórica. Para chegar a essa conclusão, a RJMetrics baixou o conteúdo dos perfis de 40 mil usuários. Eles foram divididos em amostras estatísticas para análise. 

Uma das conclusões é que a quantidade de posts que cada grupo faz por mês diminui com o tempo. Essa informação precisa ser vista com cautela porque a RJMetrics trabalhou apenas com informações públicas. Post liberados apenas para pessoas ou grupos específicos não foram analisados. É possível que alguns usuários tenham passado a divulgar seus posts de forma restrita, em vez de torná-los públicos. Mesmo com essa ressalva, o declínio da atividade pública com o tempo é má notícia para o Google.

Pinterest e Twitter

A RJMetrics fez o mesmo tipo de análise na rede social Pinterest. Lá, quase não há declínio de atividade nos grupos observados. Como acontece em outros sites, algumas pessoas abandonam a rede depois de se inscrever. Mas a atividade das demais cresce de modo a compensar essa perda. Assim, quando se considera um grupo suficientemente grande, nota-se que a quantidade de fotos publicadas por esse grupo no Pinterest tende a se manter ao longo dos meses.


No Twitter, a situação é mais complexa, mas também é capaz de deixar Larry Page com inveja. Segundo divulgou Robert Moore, CEO da RJMetrics, num artigo no site TechCrunch, 14% dos usuários da rede social dos 140 toques não têm seguidores e 38% nunca tuitaram. No entanto, se uma pessoa começa a tuitar e continua ativa, a tendência é que o número de posts dela aumente ao longo dos primeiros meses – ao contrário do que acontece no Google+. E as chances de que ela continue ativa no Twitter também aumentam com o tempo.

Adoção entusiástica

O estudo da RJMetrics traz outras conclusões interessantes sobre o Google+. Mostra, por exemplo, que, na média, cada usuário adiciona um post público a cada 12 dias. Cada post público tem, em média, menos de um +1 (marca equivalente ao Curtir do Facebook), menos de uma resposta (0,54) e menos de um compartilhamento (0,17). E 30% das pessoas que fazem um primeiro post nunca voltam a publicar alguma coisa.

A empresa conclui: “Pelo que podemos ver olhando de fora, o Google Plus tem um longo caminho até se tornar um competidor sério entre as redes sociais. O crescimento no número de usuários é rápido. Mas não está claro quantos deles são atraídos apenas pela integração com outros produtos do Google. O Google Plus não mostra o mesmo nível de adoção entusiástica e engajamento que vimos em outras redes sociais como Pinterest e Twitter”.

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