Google está criando Deus, diz ex-funcionário
A empresa estaria trabalhando em um projeto avançado de inteligência artificial, segundo declarações de um ex-membro dessa divisão da companhia americana
Lucas Agrela
Publicado em 4 de outubro de 2021 às 12h55.
Última atualização em 5 de outubro de 2021 às 17h42.
Mo Gawdat, ex-funcionário do Google , concedeu uma entrevista ao jornal britânico The Times e revelou que a empresa está criando uma espécie de deus em seus esforços de avançar no campo da inteligência artificial.
Gawdat conta, na entrevista, que o Google trabalha em um projeto que consiste em braços robóticos capazes de encontrar e levantar uma pequena bola. Além de realizar as ações, a máquina ainda se gabou, com gestos, dos seus feitos para seus criadores.
“De repente percebi que isso é realmente assustador”, afirmou Gawdat. "Isso me congelou completamente. A realidade é que estamos criando Deus”.
Vale notar que o Google já foi dono da Boston Dynamics, que faz robôs acrobatas, mas vendeu a companhia para o japonês Softbank. Hoje, ela é parte do grupo da montadora sul-coreana Hyundai.
Gawdat liderou a divisão Google X, onde a empresa trabalha em seus projetos mais inovadores, mas não faz mais parte da empresa desde 2017.
O executivo disse ainda que a humanidade está perto de criar uma inteligência artificial geral, que é capaz de aprender e aplicar conhecimentos por conta própria - e até mesmo ameaçar a humanidade, se necessário, como na série cinematográfica “O Exterminador do Futuro”.
Em 2020, o presidente da Alphabet, Sundar Pichai, durante o Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, falou sobre o tema. “A inteligência artificial é uma das coisas mais profundas em que estamos trabalhando como humanidade. É mais profundo do que o fogo ou a eletricidade”, disse o CEO. O Google tem um conjunto de princípios de inteligência artificial que proíbem projetos com armas, mas que não descarta vendas para militares, segundo informações da Bloomberg.
O bilionário Elon Musk, CEO da Tesla e da SpaceX, é uma das vozes mais ativas na crítica aos riscos da inteligência artificial para a humanidade, especialmente sem uma forte regulamentação das iniciativas nesse setor.