Governo britênico teme por segurança de cidadão residentes em países muçulmanos (Wikimedia Commons/EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 28 de novembro de 2010 às 16h15.
Londres - A Grã-Bretanha condenou neste domingo a intenção do Wikileaks de publicar um novo lote de documentos confidenciais do governo americano, afirmando que as informações contidas neste material "podem colocar vidas em risco".
Condenamos qualquer divulgação não-autorizada destas informações confidenciais, assim como condenamos o vazamento de material confidencial no Reino Unido", indicou um comunicado do ministério das Relações Exteriores britânico.
"Elas podem prejudicar a segurança nacional, não são de interesse nacional e, como já disseram os Estados Unidos, podem colocar vidas em risco", destacou o texto.
O governo britânico teme que seus cidadãos residentes no Paquistão, no Iraque, Irã e em outros países muçulmanos corram perigo devido a uma eventual reação negativa a comentários "antimuçulmanos" possivelmente contidos nos documentos confidenciais.
A divulgação iminente de novos documentos pelo Wikileaks, entre eles mensagens trocadas entre a embaixada americana de Londres e Washington, preocupa muitos governos, enquanto os EUA fazem o que podem para tentar amortizar o impacto das revelações.
O maior receio do governo britânico é de que algumas conversas entre diplomatas possam conter críticas sobre pontos sensíveis, feitas pelos EUA e pela Grã-Bretanha, "que podem estimular uma visão da Grã-Bretanha como aliada do Grande Satã para atacar o islã", estimou um membro do governo, citado pelo jornal, que pediu o anonimato.
O ministro da Defesa britânico fez um apelo aos chefes de redação dos periódicos, para que levem em consideração as possíveis implicações da publicação destes documentos sensíveis para a segurança nacional.
Um jornalista do The Guardian confirmou que o jornal deve reproduzir fragmentos dos documentos confidenciais. Alguns, inclusive, podem trazer à tona a péssima impressão que a administração americana tinha a respeito do ex-primeiro-ministro britânico Gordon Brown e do atual premier, David Cameron.