Galaxy S4 traz toneladas de recursos, o que nem sempre é bom
O Galaxy S4 exibe uma lista superlativa de recursos, mas nem todos funcionam como prometido e o excesso, às vezes, incomoda – dizem análises feitas no exterior
Maurício Grego
Publicado em 30 de abril de 2013 às 17h07.
São Paulo — O Galaxy S4 , que a Samsung está começando a vender no Brasil nesta semana, é forte candidato ao posto de smartphone mais poderoso do mundo. Do processador de 8 núcleos à câmera de 13 megapixels, passando pelas muitas funções implementadas via software, o smartphone exibe uma lista superlativa de recursos.
O Galaxy S4 já vem sendo testado há algum tempo por publicações no exterior. Em geral, os testadores ficam impressionados com o arsenal de recursos e com o hardware muito poderoso. Mas eles reclamam que o excesso de funções duplicadas acaba tornando o Galaxy S4 mais complicado do que deveria ser.
Também observam que o smartphone nada tem de revolucionário. É basicamente uma evolução do Galaxy S III . Sites como o Extreme Tech até o apelidaram de Galaxy S3S, imitando a nomenclatura da Apple.
E pelo menos três dos sites que consultamos (Cnet, The Verge e All Things D) mencionam o smartphone rival HTC One (que não é vendido oficialmente no Brasil) como uma alternativa mais atraente. Veja o que dizem algumas das publicações que testaram o Galaxy S4 nos Estados Unidos.
Design
O Galaxy S4 mantém o formato básico do Galaxy S III e, como ele, é feito de plástico. Isso desagradou a David Pierce, do site The Verge: “Os concorrentes diretos do Galaxy S4 são o iPhone 5 e o HTC One. Do ponto de vista do design, isso deve deixar a Samsung muito, muito nervosa.”
“Enquanto a Apple e a HTC criaram smartphones elegantes, bem construídos e de alta qualidade, o Galaxy S4 traz a Samsung de volta ao território dos aparelhos plásticos de aparência barata.”
Já Jordan Crook, do site TechCrunch, não vê problemas no design, ainda que não se entusiasme com ele: “Ele é fino e leve, como deve ser, e tem uma aparência meio sem graça. É feito quase todo de plástico, salvo por uma faixinha de policarbonato na lateral.”
“Tem um acabamento com a aparência de textura. Mas, na verdade, é liso. De alguma forma, a Samsung conseguiu colocar uma tela maior, de 5 polegadas, num smartphone mais fino e mais leve que seu antecessor. De fato, o Galaxy S4 é quase do mesmo tamanho que o Galaxy S III, apesar de ter tela maior. Bravo!”
Jessica Dolcourt, da Cnet, faz uma reclamação sobre o design. Ela diz que o botão liga/desliga mal projetado acaba fazendo com que o smartphone seja ligado acidentalmente com frequência.
Tela
A espaçosa tela full HD de 5 polegadas do Galaxy S4 é um dos destaques do smartphone. Ela é muito conveniente para visualização de fotos, vídeos, documentos e páginas da web. Sua densidade de 441 pixels por polegada é 35% maior que a da tela Retina do iPhone 5.
Mas esses pixels extras estão além do que o olho humano consegue distinguir. E a Cnet aponta que a tela do Galaxy S4 é menos luminosa que a dos concorrentes, o que pode dificultar a visualização em lugares muito iluminados. Vejamos as observações de David Pierce, do Verge:
“A tela de 5 polegadas, 1.920 x 1.080 pixels, do S4 é enorme, bela e chamativa. Esta última característica é parcialmente ruim. O S4 usa tela Super AMOLED como outros smartphones da Samsung. E, como os outros, ele exibe cores com excesso de contraste e saturação.”
“Essas cores podem não ser precisas – vermelhos e laranjas absolutamente explodem para fora da tela, quer isso deva acontecer ou não – mas são certamente atraentes.”
Câmera
Em vez da câmera de 8 megapixel encontrada na maioria dos smartphones avançados, a Samsung optou por um sensor de 13 megapixels no Galaxy S4. Os testadores dizem que, em cenas bem iluminadas, a qualidade das imagens é ligeiramente melhor que a das fotos feitas com o iPhone 5.
Já em locais mais escuros, o Galaxy S4 perde a briga para os rivais, produzindo fotos mais ruidosas. Além disso, alguns assinalam que nem todos os modos de operação da câmera (há muitos) funcionam bem. E não há um ícone na tela inicial para acesso rápido a ela, embora o usuário possa acrescentar esse ícone. Ainda assim, Kevin Tofel, do GigaOm, gostou:
“De forma geral, achei a câmera do Galaxy S4 bastante boa tanto para fotografia como para vídeo na maioria das situações. Algumas fotos em HDR não ficaram tão boas, e a captura em cenas com pouca luz é boa, mas não ótima. Em situações mais comuns, a maioria dos usuários vai ficar feliz com a câmera, que usa a mesma interface das máquinas fotográficas digitais da Samsung.”
Bateria
A bateria é outro ponto positivo do Galaxy S4. Mesmo com sua enorme tela full HD (que tende a consumir bastante energia), o smartphone da Samsung consegue trabalhar o dia inteiro, com folga, sem precisar de recarga.
Além disso, diferentemente do que acontece em muitos outros smartphones, a bateria é removível. O usuário pode levar uma segunda unidade consigo se precisar de mais autonomia longe das tomadas. Harry McCracken, da revista Time, aprovou:
“Em meu teste não científico, descobri que a autonomia é similar à de outros smartphones com Android. Uma carga completa de manhã me permitia usar o Galaxy S4 até a noite. Mas continuar na manhã seguinte sem recarregá-lo seria arriscado.”
Software
O software é o item mais criticado no Galaxy S4. O smartphone vem com uma versão modificada do sistema Android 4.2 Jelly Bean. A Samsung implementou seus próprios recursos nele, como um que rastreia o olhar do usuário para rolar a página automaticamente quando a pessoa lê um texto. Veja o que diz Walter Mossberg, do All Things D:
“Quase todos os smartphones com Android já vêm com dois apps de e-mail, sendo um reservado para o Gmail, do Google. Mas o Galaxy S4 tem também duas lojas online de música e vídeo, dois players multimídia, dois calendários e dois browsers para a web.”
“Descobri que o software da Samsung é, muitas vezes, um conjunto de truques. Ele duplica aplicativos do Android e, em alguns casos, só funciona de forma intermitente.” Mossberg diz que os recursos que envolvem rastreamento do olhar do usuário, por exemplo, só funcionaram em 10% das tentativas em seus testes.
Mais software
Se a avalanche de recursos nem sempre úteis torna o Galaxy S4 confuso, a Samsung parece ter reconhecido isso em algum momento. O smartphone tem um “modo fácil” que elimina a complicação. David Pogue, do New York Times, gostou dele:
“E aqui vai uma surpresa para você: o melhor recurso novo do Galaxy S4 é um que esconde a maioria dos outros recursos. É o Modo Fácil, que vai deixar muita gente contente. Esse modo limpa a tempestade de recursos do Galaxy S4. Sobram apenas três telas iniciais.”
“Os ícones nelas são poucos, grandes e claros, como Câmera, Internet, Telefone, Mensagens. Alguns apps – Calendários, Ajustes, o telefone, E-mail e Mensagens – foram simplificados e ganharam fontes de caracteres maiores. No browser, um conveniente botão com um sinal de mais aumenta o tamanho das letras.”
Pogue acaba concluindo que o Galaxy S4 é um bom smartphone para pessoas com perfis opostos. Os mais geeks, que gostam de personalizar o aparelho e explorar seus recursos exóticos, vão gostar. Mas os leigos também podem ter uma boa experiência com ele, desde que ativem o Modo Fácil.
São Paulo — O Galaxy S4 , que a Samsung está começando a vender no Brasil nesta semana, é forte candidato ao posto de smartphone mais poderoso do mundo. Do processador de 8 núcleos à câmera de 13 megapixels, passando pelas muitas funções implementadas via software, o smartphone exibe uma lista superlativa de recursos.
O Galaxy S4 já vem sendo testado há algum tempo por publicações no exterior. Em geral, os testadores ficam impressionados com o arsenal de recursos e com o hardware muito poderoso. Mas eles reclamam que o excesso de funções duplicadas acaba tornando o Galaxy S4 mais complicado do que deveria ser.
Também observam que o smartphone nada tem de revolucionário. É basicamente uma evolução do Galaxy S III . Sites como o Extreme Tech até o apelidaram de Galaxy S3S, imitando a nomenclatura da Apple.
E pelo menos três dos sites que consultamos (Cnet, The Verge e All Things D) mencionam o smartphone rival HTC One (que não é vendido oficialmente no Brasil) como uma alternativa mais atraente. Veja o que dizem algumas das publicações que testaram o Galaxy S4 nos Estados Unidos.
Design
O Galaxy S4 mantém o formato básico do Galaxy S III e, como ele, é feito de plástico. Isso desagradou a David Pierce, do site The Verge: “Os concorrentes diretos do Galaxy S4 são o iPhone 5 e o HTC One. Do ponto de vista do design, isso deve deixar a Samsung muito, muito nervosa.”
“Enquanto a Apple e a HTC criaram smartphones elegantes, bem construídos e de alta qualidade, o Galaxy S4 traz a Samsung de volta ao território dos aparelhos plásticos de aparência barata.”
Já Jordan Crook, do site TechCrunch, não vê problemas no design, ainda que não se entusiasme com ele: “Ele é fino e leve, como deve ser, e tem uma aparência meio sem graça. É feito quase todo de plástico, salvo por uma faixinha de policarbonato na lateral.”
“Tem um acabamento com a aparência de textura. Mas, na verdade, é liso. De alguma forma, a Samsung conseguiu colocar uma tela maior, de 5 polegadas, num smartphone mais fino e mais leve que seu antecessor. De fato, o Galaxy S4 é quase do mesmo tamanho que o Galaxy S III, apesar de ter tela maior. Bravo!”
Jessica Dolcourt, da Cnet, faz uma reclamação sobre o design. Ela diz que o botão liga/desliga mal projetado acaba fazendo com que o smartphone seja ligado acidentalmente com frequência.
Tela
A espaçosa tela full HD de 5 polegadas do Galaxy S4 é um dos destaques do smartphone. Ela é muito conveniente para visualização de fotos, vídeos, documentos e páginas da web. Sua densidade de 441 pixels por polegada é 35% maior que a da tela Retina do iPhone 5.
Mas esses pixels extras estão além do que o olho humano consegue distinguir. E a Cnet aponta que a tela do Galaxy S4 é menos luminosa que a dos concorrentes, o que pode dificultar a visualização em lugares muito iluminados. Vejamos as observações de David Pierce, do Verge:
“A tela de 5 polegadas, 1.920 x 1.080 pixels, do S4 é enorme, bela e chamativa. Esta última característica é parcialmente ruim. O S4 usa tela Super AMOLED como outros smartphones da Samsung. E, como os outros, ele exibe cores com excesso de contraste e saturação.”
“Essas cores podem não ser precisas – vermelhos e laranjas absolutamente explodem para fora da tela, quer isso deva acontecer ou não – mas são certamente atraentes.”
Câmera
Em vez da câmera de 8 megapixel encontrada na maioria dos smartphones avançados, a Samsung optou por um sensor de 13 megapixels no Galaxy S4. Os testadores dizem que, em cenas bem iluminadas, a qualidade das imagens é ligeiramente melhor que a das fotos feitas com o iPhone 5.
Já em locais mais escuros, o Galaxy S4 perde a briga para os rivais, produzindo fotos mais ruidosas. Além disso, alguns assinalam que nem todos os modos de operação da câmera (há muitos) funcionam bem. E não há um ícone na tela inicial para acesso rápido a ela, embora o usuário possa acrescentar esse ícone. Ainda assim, Kevin Tofel, do GigaOm, gostou:
“De forma geral, achei a câmera do Galaxy S4 bastante boa tanto para fotografia como para vídeo na maioria das situações. Algumas fotos em HDR não ficaram tão boas, e a captura em cenas com pouca luz é boa, mas não ótima. Em situações mais comuns, a maioria dos usuários vai ficar feliz com a câmera, que usa a mesma interface das máquinas fotográficas digitais da Samsung.”
Bateria
A bateria é outro ponto positivo do Galaxy S4. Mesmo com sua enorme tela full HD (que tende a consumir bastante energia), o smartphone da Samsung consegue trabalhar o dia inteiro, com folga, sem precisar de recarga.
Além disso, diferentemente do que acontece em muitos outros smartphones, a bateria é removível. O usuário pode levar uma segunda unidade consigo se precisar de mais autonomia longe das tomadas. Harry McCracken, da revista Time, aprovou:
“Em meu teste não científico, descobri que a autonomia é similar à de outros smartphones com Android. Uma carga completa de manhã me permitia usar o Galaxy S4 até a noite. Mas continuar na manhã seguinte sem recarregá-lo seria arriscado.”
Software
O software é o item mais criticado no Galaxy S4. O smartphone vem com uma versão modificada do sistema Android 4.2 Jelly Bean. A Samsung implementou seus próprios recursos nele, como um que rastreia o olhar do usuário para rolar a página automaticamente quando a pessoa lê um texto. Veja o que diz Walter Mossberg, do All Things D:
“Quase todos os smartphones com Android já vêm com dois apps de e-mail, sendo um reservado para o Gmail, do Google. Mas o Galaxy S4 tem também duas lojas online de música e vídeo, dois players multimídia, dois calendários e dois browsers para a web.”
“Descobri que o software da Samsung é, muitas vezes, um conjunto de truques. Ele duplica aplicativos do Android e, em alguns casos, só funciona de forma intermitente.” Mossberg diz que os recursos que envolvem rastreamento do olhar do usuário, por exemplo, só funcionaram em 10% das tentativas em seus testes.
Mais software
Se a avalanche de recursos nem sempre úteis torna o Galaxy S4 confuso, a Samsung parece ter reconhecido isso em algum momento. O smartphone tem um “modo fácil” que elimina a complicação. David Pogue, do New York Times, gostou dele:
“E aqui vai uma surpresa para você: o melhor recurso novo do Galaxy S4 é um que esconde a maioria dos outros recursos. É o Modo Fácil, que vai deixar muita gente contente. Esse modo limpa a tempestade de recursos do Galaxy S4. Sobram apenas três telas iniciais.”
“Os ícones nelas são poucos, grandes e claros, como Câmera, Internet, Telefone, Mensagens. Alguns apps – Calendários, Ajustes, o telefone, E-mail e Mensagens – foram simplificados e ganharam fontes de caracteres maiores. No browser, um conveniente botão com um sinal de mais aumenta o tamanho das letras.”
Pogue acaba concluindo que o Galaxy S4 é um bom smartphone para pessoas com perfis opostos. Os mais geeks, que gostam de personalizar o aparelho e explorar seus recursos exóticos, vão gostar. Mas os leigos também podem ter uma boa experiência com ele, desde que ativem o Modo Fácil.