(Samsung/Reprodução)
A Samsung fez no início de fevereiro o anúncio global do Galaxy S22 Ultra, seu novo aparelho premium e que, possivelmente, deve por um fim à linha Note, que comportava os aparelhos mais parrudos da marca.
Ao final do mês, o smartphone já estava sendo vendido no Brasil na versão de 512 GB por R$ 10.499 e os consumidores aos poucos iam entendendo para que veio o novo carro-chefe da coreana.
Equipado com o processador de última geração Qualcomm, o Snapdragon 8 Gen 1, além do sistema operacional de fábrica Android 12, o dispositivo trouxe atualizações proprietárias na interface gráfica do OS prometendo mais usabilidade e segurança ao guardar os dados do usuário.
A EXAME passou uma semana testando o flagship e traz abaixo as principais considerações e destaques do Galaxy S22 Ultra:
A linha Note tem como marca registrada o design sólido e de cantos retos na parte de cima e baixa do aparelho, linhas que remetem, sem dúvida, a um bloco de notas. No S22 Ultra isso se mantém, mas algumas tendências de design acompanham a construção do aparelho nesta edição.
A principal é o corpo de vidro fosco, que lembra bastante o design iniciado no iPhone 11 Pro, da Apple. Os botões de acesso ficam na lateral direita, a câmera frontal fica localizada em um furo e uma tela enorme aproveita praticamente todo o espaço frontal.
E na traseira, o conjunto de câmeras e sensores possui uma leve protuberância que, devido a espessura do aparelho, consegue ser mínima.
A grossura, por sinal, é algo caracteristico dessa linha e aqui não mudou muita coisa. Com pegada firme e bem robusta, o S22 Ultra é pesado, levando para a mão do usuário quase 230 gramas. Todo o revestimento de vidro do aparelho é Gorilla Victus+, emoldurados por alumínio no contorno da sua estrutura.
Ele também traz certificação IP68, e em testes, feitos por canais especializados em levar os smartphones ao limite, o S22 Ultra mostrou ser bem resistente.
Tela de alto desempenho
O novo Galaxy S22 Ultra tem uma tela de 6,8 polegadas AMOLED com taxa de atualização adaptativa de 1 Hz até 120 Hz. Isso quer dizer que, em tarefas que não exijam movimento, como vendo uma foto da galeria, ele vai atualizar com menos frequência as imagens, e o máximo será usado em jogos, dando a sensação de fluidez exigida nos games.
Se valendo dessa inteligência para gerenciar o número de quadros, o celular se torna mais econômico na bateria. Essa funcionalidade é importante quando se trabalha com a impressionante resolução de 3088 x 1440 pixels, de cores equilibradas, e que alcançam no brilho até 1.750 nits.
Ele também traz um leitor de impressão digital sonico sob a tela, assim como nas últimas gerações, e que também se mostrou bastante preciso nos testes com diferentes dedos.
No comparativo com outros flagships já testados pela reportagem, no quesito display, o S22 Ultra figura como o mais completo do mercado brasileiro.
Como herdeiro da linha Note, o Galaxy S22 Ultra também tem uma caneta stylus. O recurso já funcionava muito bem nos antecessores, mas a Samsung fez um excelente trabalho na combinação da interface do Ultra com a S Pen.
Assim, o Android 12 vai bem na quantidade de customização e alterações de menus em conjunto com a caneta, e de sobra tem o painel Edge, que exibe no canto da tela aqueles apps mais acessados e ficam ainda mais fáceis de clicar se a caneta estiver na mão.
Na apresentação de lançamento, a Samsung havia dito que a latência da caneta caiu de 9 para 2,8 milissegundos. Na prática, ela se mostrou muito rápida na resposta tátil e precisa no correr dos traços.
A sensação é de que o smartphone trouxe uma experiência similar ao de fazer anotações no Tab S8, o tablet do ano passado da coreana, e que é mais focado no recurso de caligrafia.
Se o consumidor costuma não pensar muito na utilidade da caneta, ao segurar o S22 Ultra vai perceber que é um recurso útil para não cansar a mão enquanto movimenta os dedos na tela de 6,8".
É preciso destacar também que a interface da Samsung hoje tem semelhanças com a do iOS, do iPhone. Destaca-se aqui os critérios de segurança, como confirmação de envio de dados, emails ocultos para cadastros, e compartilhamento de localização ajustavel por app.
Aqui não há muitas inovações. O Galaxy S22 Ultra é embarcado 5.000 mAh de bateria, que nos teste da EXAME alcançaram até 10h de uso sem recarga. E quando foi para tomada, usando um carregador de 25W, o celular alcançou 100% em cerca de 2h.
A marca garante que com um carregador de 45W, que não vem na caixa e é vendido separadamente, é possível ter carga máxima dentro de 1h. Mas já existem aparelhos mais rápidos.
A Samsung divulgou que nessa edição abraçaria um novo recurso chamado de Nightography, que garante imagens mais claras em ambientes de pouca luz. As câmeras também tiram um melhor proveito dos pixels maiores, garantindo imagens mais nítidas e detalhadas ao combiná-los.
São quatro sensores de câmera na traseira: o principal tem 108 MP, o ultra-wide tem 12 MP, e existem ainda dois sensores de zoom óptico de 3x e 10x com 10 MP cada. Aqui, vale mencionar que a Samsung tem uma grande vantagem em comparação com a concorrência tratando-se de zoom, e isso fica claro comparando com o S21 Ultra e com o iPhone 13 Pro.
Mas também vale citar que o zoom acima de 10x pode ser prejudicado, dependendo da iluminação. Até 30x, ainda é possível capturar boas imagens, mas a definição já começa a ser perdida, bem como as texturas. Com o zoom de 100x, onde é possível fazer fotografias até da lua, nós notamos melhorias em comparação com o S21 Ultra. Apesar de ser um recurso que não é essencial, o zoom mais avançado permite aproveitar diferentes ângulos, visualizar objetos mais distantes e afins.
O Galaxy S22 Ultra é a fusão das melhores características que a Samsung lançou para seus aparelhos nos últimos anos. Por cerca de 10 mil reais na versão de 512GB, o preço é a parte com mais objeções do aparelho.
Ainda assim, é preciso destacar que com ele em mãos, está ao alcance a produtividade esperada de um Galaxy Note, a força de processamento nos jogos de smartphones dedicados exclusivamente isso, e os recursos mais avanços de fotografia mobile.
Por ser um lançamento, ele tem a vantagem de se posicionar com os recursos mais tecnológicos e esperados para 2022, mas é evidente de que poucos usuários precisam de todo o poder que o S22 Ultra possui e os recursos como a S Pen figuram como caracteristicas de nicho.
Se o iPhone 13 Pro estiver entre as opções, no comparativo, o aparelho da Apple só vence se a experiência desejada for a de iOS.