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G8 se reúne para combater demência, novo mal do século

Ministros da Saúde dos países do G8 participavam de uma cúpula sem precedentes sobre o novo mal do século: as diferentes formas de demência

Mulher com Alzheimer em um asilo: número de vítimas da doença ameaça triplicar, chegando a 135 milhões em 2050 (Sebastien Bozon/AFP)

Mulher com Alzheimer em um asilo: número de vítimas da doença ameaça triplicar, chegando a 135 milhões em 2050 (Sebastien Bozon/AFP)

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Da Redação

Publicado em 11 de dezembro de 2013 às 13h33.

Londres - Os ministros da Saúde dos países do G8 participavam nesta quarta-feira, em Londres, de uma cúpula sem precedentes sobre o novo mal do século - as diferentes formas de demência, principalmente o Alzheimer -, cujo número de vítimas ameaça triplicar, chegando a 135 milhões em 2050.

Os ministros da Grã-Bretanha, França, Alemanha, Itália, Canadá, Rússia e Estados Unidos têm este encontro marcado com especialistas, cientistas e ONGs para discutir sobre uma doença muitas vezes considerada como o novo mal do século.

Um relatório do Alzheimer Disease International (ADI), a federação de associações baseada em Londres, mostrou na semana passada que o número de pessoas sofrendo de demência, incluindo do mal de Alzheimer que é a principal causa da demência (60 a 70% dos casos), aumentou em 22% nos três últimos anos.

O número de doentes atuais - ou seja 44 milhões - alcançará em 2050 cerca de 135 milhões de pessoas, segundo este estudo que ressalta que a demência, para qual ainda não há tratamento, representa um dos "maiores desafios de saúde pública de nossa geração".

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estimou o custo da doença em 440 bilhões de euros, apenas para o ano de 2010.

Anfitrião da Cúpula de Londres, o primeiro-ministro britânico David Cameron anunciou que iria dobrar em dez anos o orçamento anual para a doença, passando de 66 para 132 milhões de libras (146 milhões de euros).

Ele pediu mais cooperação internacional, enquanto a grande maioria dos pacientes, 62% de acordo com a ADI, vivem em países de "renda média ou baixa", onde o acesso à proteção social e cuidados médicos são muito limitados.

"Se quisermos derrotar a demência, temos que trabalhar a nível mundial, junto aos países, empresas e cientistas de todo o mundo, como nós o fizemos para o câncer e o HIV", afirmou Cameron.


"Nós reunimos hoje em Londres algumas das mais poderosas nações do mundo ao redor da mesa para determinar a forma de avançarmos em conjunto e buscar soluções", ressaltou.

Apesar dos progressos, os cientistas até agora não encontram nenhuma cura e ainda se apegam a entender melhor a sequência da "cascata" de eventos que levam à morte neuronal para melhor elucidar as primeiras alterações neurológicas dos doentes.

Jeremy Hunt, ministro britânico da Saúde, espera que esta cúpula tenha "o mesmo impacto que a dedicada ao HIV organizada em Gleneagles, em 2005, que se mostrou um ponto de viragem na luta contra a AIDS."

"Os pesquisadores esperam encontrar medicamentos contra a demência que possam fazer uma diferença real", explicou ele à BBC. "Eu desejo que este seja um dia de otimismo e de procura por soluções, e não apenas um dia que não aproveitamos e nãos nos aprofundamos como deveríamos".

A ADI enfatiza que a extensão da doença foi subestimada em seu relatório anterior , lançado em 2009. Jan Lundberg , vice-presidente do setor de ciência e tecnologia da empresa farmacêutica Lilly, compartilha o otimismo de Jeremy Hunt, estimando que o tratamento contra a demência poderia surgir "nos próximos cinco anos".

"Com base nos progressos que fizemos no entendimento da fisiopatologia da doença de Alzheimer, temos moléculas em um estágio avançado de desenvolvimento", indicou.

"Acredito firmemente que nos próximos cinco anos haverá, pelo menos, uma ou duas abordagens que poderiam reduzir a progressão da demência ".

Pesquisadores britânicos anunciaram em outubro a descoberta de um composto químico que, em camundongos, bloqueia uma doença priônica, o que poderia representar uma nova pista terapêutica para doenças como o Alzheimer e o Parkinson.

"Ainda estamos longe de encontrar um medicamento utilizável para a medicina humana", relativizou, no entanto, a principal responsável pela pesquisa realizada na Universidade de Leicester, Giovanna Mallucci .

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