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Futuro da Intel tem menos nanômetros e mais 3D

Empresa planeja levar tendência da miniaturização a um novo nível em breve


	Intel: empresa planeja levar tendência da miniaturização a um novo nível em breve
 (Justin Sullivan/Getty Images)

Intel: empresa planeja levar tendência da miniaturização a um novo nível em breve (Justin Sullivan/Getty Images)

Lucas Agrela

Lucas Agrela

Publicado em 17 de janeiro de 2015 às 13h24.

São Paulo - A miniaturização é o objetivo de grande parte das empresas de tecnologia. Basta olhar para o tamanho dos atuais dispositivos de armazenamento flash nand, normalmente usados em smartphones. No passado, essas unidades de memória já foram muito maiores e mais lentas. Ao longo de sua história, a Intel seguiu esse caminho, mas a empresa planeja para um futuro próximo levar essa tendência a um novo nível.

Durante a CES 2015, a fabricante anunciou sua nova família de chips, Broadwell (5ª geração), que funciona com arquitetura de 14 nanômetros (distância entre transistores). A evolução é grande se compararmos com os 22 nanômetros da linha Haswell (4ª geração) – e as consequências diretas disso são melhor eficiência energética e mais poder de processamento.

Em um encontro com jornalistas realizado em São Paulo nesta semana, Reinaldo Affonso, diretor de tecnologia da Intel para a América Latina, disse que a empresa irá reduzir ainda mais sua arquitetura sem perder o foco em seus objetivos.

“Vamos para 10 nanômetros em e depois para 7 nanômetros nos próximos anos”, declarou Affonso, destacando a importância de termos mais autonomia de energia, já que a experiência de ficar sem poder usar seu dispositivo é desagradável.

Para evitar uma complexidade ainda maior de desenvolvimento de novas tecnologias, a fabricante segue uma lógica de lançamento de processadores chamada de Tick e Tock. O Tick consiste no aumento do número de transistores, enquanto o Tock é o momento em que muda-se a microarquitetura para maximizar a forma como esses transistores se comunicam, dessa forma aumentando sua performance.

“Existem 1.3 bilhão de transistores no Intel Core i7 de 5ª geração em uma área de 32 mm²”, informou Affonso.

Curie

Nesse movimento de miniaturização de tecnologias, a Intel apresentou também na CES o Curie, um pequeno módulo conectado, um SoC que tem Wi-Fi, memória RAM, memória flash e Bluetooth. Esse pequeno dispositivo que tem o tamanho de um botão de camisa foi desenvolvido pela companhia com o objetivo de impulsionar a tendência chamada Internet das Coisas, onde diversos objetos comuns estão, de alguma forma, conectados.

A fabricante acredita que o Curie ajudará a tornar mais inteligentes produtos de marcas que não têm experiência no desenvolvimento de tecnologia. Uma das alianças já feitas pela empresa foi com a Oakley, o que indica que possivelmente veremos novos óculos conectados dentro de algum tempo.

3D

Apesar de investir na Internet das Coisas, setor da empresa que já compõe 2.1 bilhões de sua receita, a Intel não deixará de buscar novas oportunidades e já investe há algum tempo no reconhecimento de imagens em 3D.

Essa tecnologia poderia ser adotada não só por notebooks e tablets, mas também por drones. Com isso, seria possível, por exemplo, mapear um ambiente em 3D.

Uma aplicação especialmente útil, como citou Affonso, seria no processo de limpeza de cabos de alta tensão, que atualmente são feitos com helicópteros que sobrevoam o local a procura de defeitos. Um drone equipado com sensores RealSense não seriam capazes de resolver os problemas, uma tarefa ainda dos humanos, mas pouparia tempo e gastos com um helicóptero.

Affonso cita que a câmera do Kinect é bem mais simples do que a que foi criada pela Intel. “O alcance dela é menor que a do sensor da Microsoft. Ela capta dados a até 1,20 m ou 1,5 m de distância, mas a riqueza de detalhes é maior. São usos diferentes, não é que uma seja melhor ou pior”, declarou.

Os novos processadores da Intel também apresentaram melhorias significativas no processamento gráfico, 22% especialmente no processamento tridimensional de imagens.

Com isso, a Intel indica que os computadores e os dois em um (ou notebooks que viram tablets) devem ganhar mais potência, melhor gestão de energia. E, quem sabe, seu próximo dispositivo também terá uma câmera 3D. As aplicações disso, contudo, ainda são incertas.

A Intel disse a INFO que trabalha não só com desenvolvedores de software, mas até mesmo com seus parceiros, como a Microsoft. Teremos que aguardar pelo menos cinco anos até vermos tudo isso se popularizar.

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