Equipe de resgate no Japão: imagens de satélites orientam o trabalho de reconstrução (Paula Bronstein/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 22 de março de 2011 às 11h28.
São Paulo — Acionado pelo governo japonês no dia 11, quando ocorreu o grande terremoto seguido por tsunami, o International Charter Space and Major Disasters, que distribui dados orbitais para auxiliar países afetados por desastres naturais, passou a organizar um grande arquivo de imagens do país, captadas antes e depois da catástrofe.
As imagens obtidas por meio de satélites têm sido importantes para fornecer um retrato exato da extensão da destruição causada pelo tremor e pelo tsunami, e também para auxiliar as equipes que trabalham na reconstrução do país. Imagens feitas por diversos satélites estão sendo utilizadas para mapear as áreas afetadas.
Em janeiro, após deslizamentos na região serrana do Rio de Janeiro, o International Charter Space and Major Disasters foi acionado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) para fornecer imagens e dados para serem utilizados nos trabalhos de recuperação e prevenção.
Fundada na Europa em 2000, a iniciativa combina dados de satélites de várias agências e operadores espaciais de modo a fornecer informações gratuitas que possam ajudar na coordenação de respostas mais rápidas a grandes desastres naturais, como os esforços de auxílio nas áreas atingidas.
A partir dos dados reunidos, especialistas têm podido avaliar a extensão da devastação causada pelo terremoto e pelo tsunami, que até o momento soma mais de 8 mil mortes confirmadas, com outras 12 mil pessoas desaparecidas e 360 mil evacuadas e acomodadas em abrigos temporários.
A comparação de imagens feitas antes e depois do desastre permite verificar onde havia estradas, prédios e outras construções e estimar o que foi destruído.
O trabalho de análise dos dados está sendo coordenado pela Agência de Exploração Aeroespacial do Japão (Jaxa) e pelo Instituto de Tecnologia da Ásia. Entre os satélites utilizados estão o TerraSAR-X, da Alemanha, o SPOT-5, da França, o Envisat, da Agência Espacial Europeia (ESA), e unidades dos Estados Unidos.
Segundo a ESA, a análise dos dados ajudará não apenas no processo de avaliação e reconstrução no Japão, mas também no aumento da compreensão de como desastres naturais podem atingir áreas habitadas, conhecimento essencial para o desenvolvimento de melhores sistemas de alerta.
Uma divisão do International Charter Space and Major Disasters está analisando 20 anos de dados de satélites de observação para ajudar a entender melhor o impacto dos riscos geológicos.