Flex, de realidade virtual e aumentada, recebe aporte de R$ 1 milhão
A meta da empresa agora é criar uma plataforma digital com avatares de pessoas para dar mais dinamismo para as videochamadas inerentes ao home office
Lucas Agrela
Publicado em 29 de julho de 2021 às 17h40.
Criar um mundo virtual com avatares de pessoas e potenciais aplicações no mercado corporativo e na educação . Parece um sonho distante ou algo típico de ficções científicas, mas essa é a meta da Flex Interativa, startup de realidade virtual e aumentada que atraiu a atenção de um grupo de 11 investidores-anjo que fez um aporte de 1 milhão de reais. O capital será usado para ampliar os recursos digitais da empresa e para conectar o mundo off-line ao on-online de uma forma sem precedentes na era das calls do home office .
A plataforma em desenvolvimento é chamada Flex Universe e, hoje, tem foco no treinamento de pessoas à distância e em tornar mais dinâmico o aprendizado ao unir ao conteúdo a possibilidade de interagir com outras pessoas (representadas por avatares) no ambiente digital.
Com investidores como Agricio Silva Neto, Cláudio Leão, Felipe Absror Blauth e Paulo Mancio, a Flex Interativa tem recursos de gamificação e criação de rankings na sua plataforma para tornar a experiência mais fluida e até mesmo parecida com videogames.
A startup almeja até mesmo ter aplicações no mercado corporativo, por exemplo, ao tornar as videochamadas mais interativas. “Durante a pandemia, após várias conversas com diversos clientes e acompanhando os problemas gerados pelo home-office, entendemos que havia uma lacuna no mercado de ensino. Nosso público-alvo vai desde profissionais de RH e gestores à escolas, universidades e profissionais autônomos, como palestrantes e especialistas”, diz Fernando Godoy, cofundador da Flex Interativa.
A empresa surgiu em 2008, nos Estados Unidos, onde atuou por quatro anos como uma empresa de software corporativo. No Brasil, a empresa chegou como uma agência digital que fornecia não só desenvolvimento de sites e gestão de campanhas de marketing, como também tecnologia de ensino a distância, sistemas de publicação e gestão de conteúdo, redes internas e animações gráficas. Agora, a missão está nos escritórios.
“O que estamos trazendo ao mercado é a possibilidade de resolver uma dor intensificada pelo trabalho remoto. Vamos entregar um produto que possibilite a comunicação efetiva entre as pessoas”, afirma Marcelo Rodino, sócio da startup.
Em 2019, a Flex recebeu a primeira rodada de investimentos de um grupo de investidores que deu 500 mil reais à empresa para o desenvolvimento de uma plataforma digital junto com a IBM. Chamada AiraXR, ela uniu a realidade aumentada da Flex com a inteligência artificial da IBM para um projeto focado no varejo, atualmente em compasso de espera.
A realidade virtual é uma área conhecida há alguns anos, mas que ainda não se popularizou. O setor já atraiu muitos investimentos globalmente e até mesmo o Facebook, em 2014, pagou 2 bilhões de dólares pela Oculus VR, criadora do Oculus Rift, um aparelho que ganhou fama nos games -- mas nunca virou um produto voltado às massas como os consoles.
O mercado, entretanto, segue em ritmo acelerado de expansão global. A consultoria americana Grand View Research estima que o faturamento mundial da área em 2020 tenha sido de 17,6 bilhões de dólares e o crescimento será de 43% ao ano até 2028. Além de viabilizar interações à distância, as aplicações da tecnologia podem digitalizar ainda mais setores como indústria, saúde, educação e varejo.