Unicamp (Alexandre F. Jorge via Flickr/ Creative Commons/Flickr)
Da Redação
Publicado em 18 de outubro de 2014 às 06h26.
A falta de água atingiu ontem (17) a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), um dos principais polos de ensino do País.
Institutos, faculdades e órgãos diversos passarão a ter fornecimento no sistema de rodízio, conforme informou a Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento (Sanasa), a exemplo de outras 31 localidades.
A indústria regional ainda estimou ontem (17) que a crise hídrica vai afetar 16 mil empresas na região e pode causar demissões em Campinas.
Os funcionários da Diretoria Geral de Administração (DGA), área responsável por contratos da Unicamp, suspendeu o expediente e os funcionários foram dispensados às 15 horas, segundo um funcionário que pediu para não ser identificado.
Oficialmente, a Unicamp não falou das áreas afetadas, mas protocolou uma solicitação para a Sanasa pedindo que seja informada com antecedência dos cortes.
Segundo a Sanasa, o desabastecimento aconteceu das 9 às 17 horas e atingiu 137 mil habitantes em toda a cidade. A qualidade da água do Rio Atibaia - responsável pelo abastecimento de 95% da população - está comprometida, o que exige manobras operacionais.
A assessoria de imprensa da universidade afirmou que apenas o Restaurante Administrativo, utilizado pelos alunos, passou o dia fechado. No entanto, estudantes relataram desabastecimento em outros locais.
Aluno de Letras, Maurício Gabriel dos Santos, de 21 anos, relatou surpresa com o desabastecimento. "Todos no entorno do Ciclo Básico, além da moradia e do restaurante, tiveram problemas", contou.
Indústria
Os cortes ainda afetam a economia local. Segundo o vice-presidente do Centro das Indústrias do Estado (Ciesp) de Americana e coordenador da Câmara Técnica da Indústria no Comitê do PCJ, Leandro Zanini, a crise hídrica vai reduzir a produção industrial.
O efeito dominó será causado pelas 85 grandes empresas da região que captam diretamente no sistema do Rio Atibaia - incluindo o Polo Petroquímico de Paulínia. Essas estão consumindo apenas 43% da vazão outorgada.
"O problema é que não há mais água no rio", diz. Segundo Zanini, "essas empresas já atingiram o limite da eficiência na economia de água e agora não resta outra saída a não ser reduzir a produção."
Para evitar demissões, o Ciesp procurou o DAEE para liberar poços para o uso das indústrias. (colaborou Chico Siqueira, especial para o Estado) As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.