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Facebook também é lugar de fazer dinheiro

A especialista americana em redes sociais Clara Shih diz como as companhias já utilizam o site para acessar potenciais clientes

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 9 de agosto de 2010 às 11h31.

A americana nascida em Hong Kong Clara Shih já foi apontada como uma das mulheres mais influentes da indústria da internet - mais especificamente no setor de redes sociais. A fama se deve principalmente ao fato de ela ter criado o Faceconnector, primeiro aplicativo do Facebook voltado para negócios.

Outro trunfo foi o livro The Facebook Era (inédito no Brasil), em que ela antecipou que o site se tornaria um sucesso mundial também entre as companhias. "As empresas passaram a acreditar na grandeza e no poder da rede depois que entenderam como é fácil, para os usuários, gastar tempo e dinheiro ali", explicou Clara em entrevista por telefone a VEJA.com, dias antes de embarcar para o Brasil.

Nos dias 18 e 19, ela participa da Digital Age 2.0, conferência sobre comunicação e marketing on-line, em São Paulo. Na conversa a seguir, ela fala sobre empresas que já utilizam o Facebook com sucesso e arrisca nova previsão sobre a rede: ela vai pegar no Brasil.

Veja.com - Qual a importância do Facebook para os negócios?
Clara Shih - O Facebook ocupa hoje o lugar que a internet ocupou nos negócios há alguns anos, colhendo opiniões das pessoas. Ele é um importante canal, em constante crescimento, entre as empresas e seus consumidores.

Veja.com - Quais empresas têm usado a rede social da melhor forma?
Clara Shih - As novas empresas nos Estados Unidos têm apostado no Facebook e 75% dos investimentos em mídias sociais estão acontecendo no intuito de popularizar uma marca nesse ambiente. Então, temos visto muito investimento. Com relação aos cases de sucesso, acredito que as livrarias e o Dunkin' Donuts são ótimos exemplos: eles usam o Facebook de uma forma criativa para se conectar com seus clientes, através de páginas na rede social, ferramentas que integram seus sites e aplicativos.

Veja.com - Por que as empresas acreditam no poder do Facebook? 
Clara Shih - As empresas passaram a acreditar na grandeza e no poder da rede depois que entenderam como é fácil, para os usuários, gastar tempo e dinheiro ali. As companhias estão aprendendo a trabalhar nesse ambiente e também a conhecer o que não funciona na indústria.

Veja.com - O site pode mudar o marketing on-line no futuro? 
Clara Shih - Sim, por duas razões. Primeiro porque as pessoas na rede estão compartilhando informações sobre elas mesmas. Segundo porque, nesse mesmo ambiente, as companhias conseguem trabalhar formas de publicidade voltadas a públicos bastante específicos. Por exemplo: se você deseja fazer propaganda de futebol, é possível encontrar na rede quem ame futebol, graças às informações contidas no perfil de cada usuário. Com esse dado em mãos, as companhias conseguem exibir uma campanha para determinado grupo de potenciais clientes de forma direta.

Veja.com - O Facebook alcançou 500 milhões de usuários no mundo. Qual o segredo da rede social?
Clara Shih - É realmente incrível. No início, a rede era focada não só em criar novos cadastros, mas também em segurar seus usuários. Isso criou um ambiente confiável, onde as pessoas se sentem confortáveis em compartilhar suas informações pessoais. Elas compartilham muitas fotos, eventos e festas de aniversário, aplicativos de games. Isso valoriza a ferramenta e incentiva outros usuários a entrarem na rede. O tempo que as pessoas passam conectadas e os conteúdos que elas compartilham fazem do Facebook um ator tão importante hoje. 

Veja.com - Existe hoje um amplo debate sobre privacidade na internet - e o Facebook foi bastante criticado por expor informações de usuários. Como a senhora vê a questão?
Clara Shih - Questões relacionadas a privacidade são de grande interesse para os usuários do Facebook. A rede permite, por meio do perfil, que compartilhemos informações pessoais de muitas maneiras, ao contrário do que acontecia antes na internet e em outras redes sociais. O Facebook tem definido novas normas de privacidade, mas algumas vezes eu encontro pessoas que realmente se sentem pouco confortáveis em dividir muitas informações pessoais. O Facebook tem gasto muito tempo e dinheiro para garantir que seus recursos de controle de privacidade sejam de fácil entendimento para todos. Espero que as pessoas cadastradas possam decidir por elas mesmas o que querem compartilhar e com quem.

Veja.com - O Facebook ainda possui uma presença tímida no Brasil - estima-se que haja menos de 5 milhões de usuários por aqui. Por que a rede social mais popular do mundo não faz sucesso no país? 
Clara Shih - O Facebook ainda está começando a explorar o mercado no Brasil. E o Orkut chegou primeiro no país. Os últimos números mostram que o Facebook está crescendo. Eu suspeito que os brasileiros queiram se conectar não só com outros brasileiros, mas também com pessoas de todo o mundo. 

Veja.com - Como a senhora se sente por ter sido apontada como uma das mulheres mais influentes da indústria de tecnologia?
Clara Shih - É uma honra. Há alguns anos, quando desenvolvi o Faceconnector e comecei a escrever meu livro, algumas pessoas achavam que eu estava louca.

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