Tecnologia

Facebook se prepara para dar “bom senso às máquinas”

Diretor de inteligência artificial da rede social diz que Siri e Cortana são muito “roteirizadas”

FB (Getty Images)

FB (Getty Images)

Lucas Agrela

Lucas Agrela

Publicado em 1 de maio de 2015 às 14h06.

Enquanto Apple e Microsoft oferecem assistentes pessoais que podem obedecer a comandos de voz e dar algumas respostas, o Facebook se prepara para dar bom senso às máquinas. Em entrevista ao Wall Street Journal, Yann LeCun, diretor de inteligência artificial da rede social, afirmou que tanto a Siri quanto a Cortana são muito “roteirizadas”.

“Elas só podem falar e manter diálogo sobre alguns temas. O conhecimento básico delas é bem limitado e sua habilidade de dialogar é limitada. Estamos preparando o terreno para a forma como dar bom senso para as máquinas”, disse LeCun.

Para que isso seja possível, o reconhecimento de imagens e vídeos é a “próxima barreira” a ser quebrada pelo Facebook. “Está claro que haverá muito progresso na forma como as máquinas podem entender imagens e atividades em um vídeo; relações pessoais em um vídeo entre pessoas expressam emoções e coisas desse tipo”, declarou o diretor de inteligência artificial do Facebook.

O histórico continuará a ser importante, como na Siri e na Cortana, servindo como parâmetro para as máquinas. Por exemplo, levantar uma sobrancelha pode ter mais do que um significado durante uma conversa. O computador precisará comparar a cena com o seu banco de dados para poder identificar qual reação se adequa melhor àquele momento. Com isso, quanto maior o banco de dados, mais precisa será a interpretação.

“Não é apenas olhar para o seu rosto para determinar as suas emoções, é entender as interações entre pessoas diferentes e descobrir se elas são amigas ou se estão nervosas uma com a outra”, afirmou LeCun.

O laboratório de inteligência artificial do Facebook tem uma equipe de 40 pessoas, que é liderada por LeCun. Quando trabalhava na operadora AT&T, entre o final de 1980 e 1990 o diretor ajudou a desenvolver uma tecnologia de reconhecimento de escrita que chegou a ser usada por bancos para escanear e verificar a autenticidade de cheques. A tecnologia é atualmente usada até mesmo em serviços do Google da Microsoft.

“Você pode trabalhar em um projeto que pode levar muitos anos para se transformar em algo útil, mas todos sabemos que, se der certo, teremos um grande impacto”, disse LeCun.

No momento, o resultado do trabalho da unidade de inteligência artificial do Facebook está presente no reconhecimento de rostos e marcação de fotos na rede social, algo que requer que algoritmos varram uma grande quantidade de dados, como fotos, texto e vídeos. Recentemente, a empresa divulgou que tem 1,44 bilhão de usuários ativos mensalmente e que entrega mais de 4 bilhões de visualizações de vídeo por dia.

Fonte WSJ

Acompanhe tudo sobre:EmpresasEmpresas americanasEmpresas de internetempresas-de-tecnologiaFacebookINFOInteligência artificialInternetRedes sociais

Mais de Tecnologia

Uber apresenta instabilidade no app nesta sexta-feira

Zuckerberg diz que reação de Trump após ser baleado foi uma das cenas mais incríveis que já viu

Companhias aéreas retomam operações após apagão cibernético

O que faz a CrowdStrike, empresa por trás do apagão cibernético

Mais na Exame