Facebook começa a implementar parâmetros europeus de privacidade
Anunciadas antes da explosão do escândalo da Cambridge Analytica, as medidas se ajustariam às normas de proteção dos dados pessoais dos cidadãos da UE
AFP
Publicado em 18 de abril de 2018 às 06h30.
Última atualização em 18 de abril de 2018 às 06h37.
O Facebook começará esta semana a propor a seus usuários europeus novos parâmetros de confidencialidade para adaptar-se ao Regulamento Europeu de Proteção de Dados (RGPD), anunciou o grupo nesta quarta-feira.
Anunciadas no fim de janeiro, antes da explosão do escândalo da empresa britânica Cambridge Analytica, estas medidas se ajustariam às normas de proteção dos dados pessoais dos cidadãos europeus, que também serão aplicadas ao conjunto das empresas, inclusive aquelas que não têm sede no continente.
O RGPD exige por exemplo informações claras dos usuários e a sua autorização a respeito de uma eventual utilização de seus dados.
"Todos - independente do local em que morem - serão convidados a examinar informações importantes sobre a maneira como o Facebook utiliza seus dados e a fazer escolhas a respeito de sua privada no Facebook", informou o grupo em um texto publicado em seu blog.
As novas medidas serão aplicadas na Europa "esta semana" e "nas próximas semanas e meses no mundo inteiro", afirmou Rob Sherman, diretor adjunto de segurança do Facebook, durante um encontro com jornalistas na sede da empresa na Califórnia.
De modo concreto, os usuários receberão uma mensagem na qual serão convidados a escolher se desejam compartilhar informações como as preferências políticas ou religiosas, ou o status de relacionamento.
Também poderão decidir sobre as propagandas que desejam receber ou sobre o uso ou não do reconhecimento facial, que permite ao Facebook identificar seus usuários em fotografias.
"Nossa intenção é propor os mesmos parâmetros e controles de confidencialidade em todo o mundo", destacou Sherman.
A empresa enfrenta um escândalo relacionado justamente ao vazamento de dados de milhões de usuários para a empresa Cambridge Analytica, especializada em comunicação estratégica, que trabalhou para a campanha do presidente americano Donald Trump nas eleições de 2016.
O CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, passou na semana passada por 10 horas de interrogatório no Congresso americano sobre os problemas.