Tecnologia

F-150 Lightning: a maior aposta da Ford no mercado de veículos elétricos

Modelo lidera o ranking de vendas nos EUA há 44 anos e deve ter papel fundamental na mudança para veículos elétricos

F-150 Lightning: picape mais popular dos Estados Unidos ganha versão elétrica (Ford/Divulgação)

F-150 Lightning: picape mais popular dos Estados Unidos ganha versão elétrica (Ford/Divulgação)

TL

Thiago Lavado

Publicado em 19 de maio de 2021 às 06h00.

Última atualização em 22 de maio de 2021 às 07h07.

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A Ford deve entrar de vez no mercado de elétricos nesta quarta-feira. A empresa anuncia hoje o lançamento da F-150 Lightning, versão elétrica da picape que ocupa há 44 anos o posto de carro mais vendido todos os anos nos EUA. 

A F-150 é tão comum na vida do americano que é o veículo mais popular em 30 dos 50 estados do país. O carro é também central às finanças da gigante automotora. De acordo com um estudo feito pela Boston Consulting Group, encomendado pela Ford, a picape vendeu 900.000 unidades nos EUA em 2019, gerando um faturamento de 42 bilhões de dólares. É quatro vezes o faturamento anual da Tesla em apenas um veículo.

O veículo não é a primeira picape elétrica a ser divulgada — Elon Musk fez bastante barulho quando a Tesla soltou o Cybertruck no final de 2019. Mas a eletrificação da F-150 tem um significado e faz parte de uma estratégia distinta.

O presidente americano Joe Biden, por exemplo, esteve na sede da Ford na terça-feira, 18, para o lançamento e para anunciar um projeto de investimento trilionário na geração de empregos, principalmente em empresas que têm cadeia de produção nos EUA. 

Biden tem interesse extra em investir na fabricação de veículos elétricos para promover uma agenda de desenvolvimento mais verde e sustentável, e também para competir com a China nessa frente. “Agora, a China está liderando esta corrida, não se engane”, disse, sobre os carros elétricos. “Eles não vão vencer. Não podemos deixar”.

A F-150 está no radar há pelo menos 4 anos e deve ser apresentada como um veículo sólido. Apesar disso e da popularidade do veículo, é incerto se os americanos, tão fãs da picape, irão migrar para um carro elétrico. É possível que a mudança crie uma série de “ambientalistas acidentais”, como descreveu ao The Wall Street Journal, o professor Matthew Kahn, que ensina economia na Universidade do Sul da Califórnia. Muitos dos consumidores da F-150 não ligaram para mudanças ambientais, para potência ou capacidade de reboque — o torque instantâneo dos carros elétricos pode ser um ativo atraente.

O cenário é favorável à F-150, resta ver se ela terá o triunfo de sua versão a combustão.

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