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EUA promete medidas contra o TikTok "nos próximos dias"

Após semanas de ameaças e pressões, o governo republicano eleva o tom contra a rede social internacional de propriedade do grupo chinês ByteDance

Em livro, sobrinha descreve Trump como narcisista mentiroso e "sociopata" (Al Drago/Getty Images)

Em livro, sobrinha descreve Trump como narcisista mentiroso e "sociopata" (Al Drago/Getty Images)

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AFP

Publicado em 2 de agosto de 2020 às 18h37.

Última atualização em 2 de agosto de 2020 às 18h37.

O presidente americano, Donald Trump, passará à ação "nos próximos dias" contra o aplicativo TikTok e outros ligados a empresas chinesas, informou neste domingo, 2, o secretário de Estado americano, Mike Pompeo.  

"O presidente Donald Trump disse 'chega' (...) e, então, tomará medidas nos próximos dias em resposta aos diversos perigos para a segurança nacional que representam os programas informáticos ligados ao Partido Comunista Chinês", afirmou o chefe da diplomacia americana à emissora Fox News.

Mais cedo, o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, havia alertado, em entrevista à emissora ABC, que o TikTok devia ser vendido ou bloqueado nos Estados Unidos, devido às inquietações que gera sobre a segurança nacional.

Após semanas de ameaças e pressões, o governo republicano eleva o tom contra a rede social internacional de propriedade do grupo chinês ByteDance.

Em um contexto de tensões políticas e comerciais com a China, Washington afirma que o TikTok pode ser usado pela Inteligência chinesa com fins de espionagem, acusações que a empresa sempre negou, assim como nega ter compartilhado dados com Pequim.

"Não vamos a parte alguma", reagiu Vanessa Pappas, encarregada do braço americano do TikTok, em um vídeo publicado na rede social no sábado, assegurando que o aplicativo permanecerá no país.

Pappas prometeu criar 10.000 empregos nos Estados Unidos em três anos e acrescentou que a empresa está trabalhando para construir um aplicativo "mais seguro".

Segundo Pompeu, redes como WeChat e TikTok "enviam diretamente dados (de seus usuários) ao Partido Comunista Chinês", inclusive "seu endereço, número de telefone, amigos e contatos".

"Durante muito tempo, os Estados Unidos disseram, 'bom, se nos divertimos ou se algumas empresas ganham dinheiro com isso, vamos tolerá-lo'", acrescentou.

Mnuchin lembrou que o Comitê de Investimentos Estrangeiros dos Estados Unidos (CFIUS), a agência de seu ministério encarregada de verificar que os investimentos não representem riscos para a segurança nacional e que é presidido por ele, está avaliando o TikTok.

Também disse que o TikTok simplesmente "não pode existir como até agora" porque "corre o risco de enviar (a China) informação sobre 100 milhões de americanos".

O secretário afirmou ter falado com os líderes do Congresso, entre eles a presidente da Câmara de Representantes, Nancy Pelosi, e o máximo legislador democrata no Senado, Chuck Schumer, sobre o que fazer com a operação do TikTok nos Estados Unidos.

"Estamos de acordo em que é preciso mudar. Forçar uma venda ou bloquear o aplicativo", destacou.

O jornal The New York Times destacou no sábado que a ByteDance, empresa matriz chinesa do TikTok, havia oferecido vender seu braço americano, enquanto vários veículos asseguraram que a Microsoft está em negociações avançadas para comprá-lo.

Trump havia manifestado anteriormente sua oposição à compra do TikTok por uma empresa americana.

O Wall Street Journal reportou no sábado que as negociações entre Microsoft e TikTok estavam estagnadas pelos comentários do presidente.

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