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EUA podem passar por pior estiagem do milênio, diz estudo

De acordo com pesquisadores, a atividade humana é a principal responsável pela seca, que já afeta a Califórnia há quatro anos

seca (Reuters)

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Da Redação

Publicado em 13 de fevereiro de 2015 às 07h58.

Os Estados Unidos podem passar por sua pior estiagem dos últimos mil anos em virtude das mudanças climáticas provocadas pelo ser humano, segundo uma pesquisa publicada na revista Science Advances.

Até o final do século XXI, os pesquisadores preveem períodos de quase um ano sem chuvas, agravados por temperaturas mais altas, criando condições piores do que as secas que hoje são relacionadas ao declínio das sociedades indígenas no sul dos Estados Unidos.

Segundo Jason Smerdon, cientista climático da Universidade de Columbia e coautor do estudo, esta é mais uma evidência de que a atividade humana tem impactos profundos, graves e de longa duração no planeta e irá continuar a ameaçar o meio ambiente, mesmo se as emissões de gases do efeito estufa forem significantemente reduzidas.

"A má notícia é que, quando comparamos a mega-estiagem atual às projeções para as próximas décadas, o futuro será ainda pior", disse Smerdon à Bloomberg.

Caso as emissões de gases de efeito estufa não comecem a cair até 2050, o risco de uma década inteira de seca no sudoeste e no centro dos Estados Unidos irá dobrar na segunda metade do século, segundo os pesquisadores.

O estudo usou técnicas de identificação dos anéis de crescimento de arvores para avaliar as condições ambientais do passado, combinados a modelos climáticos que preveêm o crescimento futuro das temperaturas globais.

A conclusão é de que mesmo se as emissões começarem a diminuir no meio do século XXI, o risco de uma estiagem continuará maior do que antes porque o clima estará cada vez mais quente.

Atualmente, a Califórnia está em seu quarto ano de estiagem. A cidade de São Francisco ficou sem chuvas em janeiro pela primeira vez em 165 anos. A seca está afetando 64 milhões de pessoas no Sudoeste americano, de acordo com a Nasa.

A estiagem atual não deve forçar migrações em massa, como no século XIX, mas falta de comida e aumento do preço da energia elétrica são possibilidades concretas.

"Mesmo se a estiagem não aumentar, o crescimento da temperatura irá criar dois extremos acontecendo ao mesmo tempo. Isso fará uma grande diferença", afirma o coautor do estudo.

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