A fabricante de chips TSMC: empresa empedida de vender para clientes chineses (I-Hwa Cheng/Getty Images)
Redação Exame
Publicado em 11 de novembro de 2024 às 13h26.
Os Estados Unidos ordenaram que a Taiwan Semiconductor Manufacturing Co (TSMC), líder mundial em fabricação de semicondutores, suspenda o envio de chips avançados destinados a clientes na China que utilizam a tecnologia em aplicações de inteligência artificial (IA) e processamento gráfico (GPU). Segundo a agência Reuters, a decisão, que entrou em vigor nesta segunda-feira, 11, foi informada à TSMC por meio de uma comunicação formal do Departamento de Comércio dos EUA, impondo restrições de exportação a chips com tecnologias de 7 nanômetros ou mais avançadas.
A ordem surge após a TSMC ter identificado um de seus chips em um processador de IA da Huawei, empresa que está na lista de restrições comerciais dos EUA e que, segundo as normas vigentes, necessita de licenças especiais para importar tecnologia.
Pesquisas da consultoria Tech Insights revelaram que o chip da Huawei Ascend 910B, um dos processadores mais avançados de IA lançados por uma empresa chinesa, continha tecnologia da TSMC, indicando uma possível violação de exportação.
A TSMC já havia interrompido previamente as remessas para a designer chinesa Sophgo, após identificar coincidências entre os chips enviados para a empresa e os encontrados em produtos da Huawei.
Em resposta ao novo bloqueio dos EUA, a TSMC informou aos clientes chineses que suspenderia, a partir desta semana, o envio de chips de 7 nanômetros ou menos, seguindo as novas restrições.
O Departamento de Comércio dos EUA, ao utilizar a "carta informativa" – um instrumento que permite impor exigências de licenciamento de forma imediata – evita o processo de regulamentação formal para impor rapidamente novas exigências. Isso permite respostas ágeis para lidar com avanços chineses em tecnologia de IA e facilita a fiscalização para impedir o uso de chips ocidentais em processadores chineses de IA.
Essa ação contra a TSMC reflete um movimento mais amplo dos EUA para aumentar o controle sobre a exportação de tecnologias avançadas para a China.
Em 2022, cartas informativas similares restringiram a exportação de chips para IA de empresas como Nvidia e AMD, além de limitar a venda de equipamentos de fabricação de chips por empresas como Lam Research e KLA. Essas restrições foram posteriormente transformadas em normas permanentes que afetam outras empresas do setor.
As novas restrições ocorrem em meio a críticas bipartidárias no Congresso dos EUA quanto à eficácia do controle de exportações para a China.
Em julho de 2023, a administração Biden preparou uma série de novas regras e planejava adicionar cerca de 120 empresas chinesas à lista de entidades restritas. Apesar de planos para lançamento dessas medidas em agosto, os regulamentos ainda aguardam publicação, apontando atrasos na atualização das políticas de controle de exportação de tecnologia.