Tecnologia

Estudantes criam caixa-preta veicular integrada a smartphone

Equipamento pode ser usado por seguradoras para detectar causas de acidentes, na visão dos criadores

WITBox: caixa-preta veicular registra dados e ajudará a desvendar causas de acidentes (Divulgação/WITBox)

WITBox: caixa-preta veicular registra dados e ajudará a desvendar causas de acidentes (Divulgação/WITBox)

Lucas Agrela

Lucas Agrela

Publicado em 28 de abril de 2016 às 10h44.

São Paulo – Um grupo de estudantes de Joinville criou uma caixa-preta veicular que registra todos os dados do carro para que seja possível detectar as causas de acidentes de trânsito. Ainda em fase de protótipo, o aparelho é chamado de WITBox e ele se conecta a um aplicativo para smartphones por Wi-Fi para exibir as informações sobre o veículo.  

O estudante Lucas Casagrande, de 24 anos, conta que teve a ideia do projeto por conta de um triste episódio de sua vida. "Aos 15 anos, meu primo faleceu em um acidente de carro no qual eu também estava. Até hoje os investigadores não descobriram o motivo. Eu estava dormindo e as testemunhas contaram historias diferentes", disse Casagrande. 

Junto a ele na SOCIESC, que faz parte da Anima Educação (que conta, ainda, com a HSM, referência em educação executiva), trabalham na iniciativa os estudantes de Engenharia da Computação e Sistemas da Informação Alexandre Viebrantz (26) e Eduardo Garcia (18), bem como o professor orientador Paulo Manseira. 

O foco do produto, segundo Casagrande, é o mercado de seguros, pois esse segmento está mais envolvido com acidentes de trânsito do que as montadoras, que poderiam ser outro alvo do seu futuro negócio.  

"Ele pode se tornar um produto de inteligência para as seguradoras", disse o estudante, que considera até que o preço do seguro de veículos pode ser alterado com base nesses dados.  

Nessa caixa preta veicular ficam registrados a velocidade de deslocamento, sua geolocalização, o estado dos freios, as rotações do motor, possíveis erros detectados pelo computador de bordo (a luzinha do óleo acesa, por exemplo), bem como um trecho do percurso gravado em vídeo. 

Como o vazamento dessas informações podem ferir a privacidade dos motoristas, o tráfego de dados via rede é codificado (criptografado), explica Casagrande. Dessa maneira, somente o app do dono do carro com o login correto pode interpretar os dados do WITBox. 

A única restrição de compatibilidade do produto criado pelos estudantes é a presença da porta OBDII no veículo. Apesar desse conector veicular ter sido padronizado no Brasil em 2010, o grupo recomenda que os carros sejam ano 2012. 

Nesta semana, os jovens se apresentam no campeonato de inovação Imagine Cup, que é realizado pela Microsoft. Se vencerem a etapa brasileira do concurso, Casagrande, Viebrantz e Garcia irão competir em Seattle (EUA) pela taça mundial.  

Ainda não há uma previsão exata de quando o WITBox será um produto para o consumidor final, mas Casagrande diz ter a expectativa de oferecê-lo ao mercado dentro de dois anos. 

Acompanhe tudo sobre:AutoindústriaCarrosIndústria eletroeletrônicaseguranca-digitalSmartphonesVeículos

Mais de Tecnologia

Prisão do fundador da Kakao abala mercado de k-pop

Apagão cibernético afetou 8,5 milhões de computadores da Microsoft

Uber apresenta instabilidade no app nesta sexta-feira

Zuckerberg diz que reação de Trump após ser baleado foi uma das cenas mais incríveis que já viu

Mais na Exame