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Estatal chinesa pirateia e-mails com informação sensível dos EUA

China Telecom teria desviado mensagens que tinham o governo e o exérctio como remetentes ou destinatários

Sede da China Telecom: em nota, a empresa desmentiu a acusação de pirataria virtual (China Photos/Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 18 de novembro de 2010 às 08h56.

Washington - Mensagens eletrônicas com informação sensível do governo e do exército dos Estados Unidos foram "pirateadas" pela estatal chinesa de telecomunicações, China Telecom, no começo deste ano, denunciou na quarta-feira o relatório anual da Comissão de Revisão de Economia e Segurança China-EUA, do Congresso dos Estados Unidos.

Por 18 minutos, no dia 8 de abril, a estatal chinesa redirigiu o trânsito do correio eletrônico desde e para sites do Senado americano, do Departamento de Defesa e "muitos outros", como da agência espacial Nasa e do Departamento de Comércio, através de servidores chineses.

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"Não sabemos o que foi feito (com os dados) quando tiveram acesso a eles", disse o parlamentar Larry Wortzel à imprensa nesta quarta-feira, assinalando que não ficou determinado claramente se o "sequestro" do tráfego na internet feito pela China Telecom foi intencional e autorizado pelo governo chinês.

Em um e-mail enviado à AFP em Pequim, a China Telecom "desmente qualquer pirataria de tráfego na internet".

Os esforços atuais de pessoas e organizações chinesas para penetrar nas redes americanas "parecem mais sofisticados do que as técnicas usadas no passado", advertiu a vice-presidente da comissão, Carolyn Bartholomew.


"A amplitude da escala e o importante conteúdo em termos de inteligência" nos casos recentes de penetração em redes americanas por parte da China, "sugerem algum nível de apoio estatal a estas atividades", disse Bartholomew.

A empresa líder de segurança na internet McAfee alertou para um aumento de ciberataques com objetivos políticos, apontando também a China como um dos principais autores de ataques a redes estrangeiras.

Os alvos nos Estados Unidos incluem a Casa Branca, o Departamento de Segurança Interna, o serviço secreto americano e o Departamento de Defesa, destacou a McAfee em um relatório divulgado ano passado.

"O que poderia ser feito se você tivesse o fluxo do tráfego de correio eletrônico durante 18 minutos?", perguntou Wortzel, para em seguida responder: "Você obteria principalmente os endereços de todos os que se comunicam para poder elaborar e plantar um vírus".

A capacidade da China de lançar ciberataques a interesses comerciais americano foi evidenciada este ano. A gigante da internet Google ameaçou fechar suas operações no gigante asiático ao alegar que foi objeto de uma série de sofisticados ataques virtuais chineses.

A comissão recomendou ao Congresso que solicite ao governo de Barack Obama uma investigação formal sobre o volume e a seriedade dos ataques, que têm como objetivo agências federais que administram informação militar e diplomática sensível.

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