Tecnologia

Empresa ReWalk ajuda deficientes físicos a andar e critica Brasil

Israelense desenvolve exoesqueletos que ajudam a caminhar e próximo produto será para idosos e pessoas com dificuldade de locomoção

 (Lucas Agrela/Site Exame)

(Lucas Agrela/Site Exame)

Lucas Agrela

Lucas Agrela

Publicado em 4 de setembro de 2018 às 05h55.

Última atualização em 4 de setembro de 2018 às 05h55.

Haifa -- A empresa israelense ReWalk Robotics, fundada em 1999, busca a liderança em um mercado em ascensão: exoesqueletos que ajudam deficientes físicos a andar. Com um equipamento de 26 kgs vendido a 90 mil dólares por unidade, a companhia vendeu 450 exoesqueletos pelo mundo, mas disse ter encontrado dificuldade junto aos órgãos de regulação brasileiros, como a Anvisa. Por causa da burocracia, seriam necessários de três a cinco anos para entrar no nosso mercado.

A missão declarada da empresa é dar qualidade de vida às pessoas com deficiência. “Quando vemos alguém em uma cadeira de rodas, pensamos que elas não poderão voltar a andar. Mas andar é só a ponta do iceberg. Essas pessoas têm problemas de saúde, nunca mais vão ao banheiro normalmente. Quando estamos sempre sentados, nosso sistema não funciona perfeitamente. O exoesqueleto pode ajudar nesse ponto”, afirmou Yishai Potack, diretor de mercados emergentes na ReWalk.

Com o alto custo do produto, a empresa vende não só para pessoas físicas, mas também para centros de reabilitação. São cerca de 150 unidades nesses locais. Na América do Sul,  a Argentina possui algumas. Veja o funcionamento do aparelho neste vídeo.

ReWalk

Radi Kaiuf: usuário já caminhou com exoesqueleto da ReWalk por quatro horas seguidas (Lucas Agrela/Site Exame)

Radi Kaiuf, usuário (que também faz parte da companhia), sofreu um ferimento no exército em 1988 e perdeu os movimentos das pernas por causa de uma lesão na oitava vértebra torácica T8. Em uma apresentação para jornalistas, Kaiuf foi capaz de ficar em pé, caminhar sem dificuldade por uma sala e chegou até mesmo a subir escadas.

O sistema conta com quatro motores, dois na altura da bacia e dois nos joelhos. Ainda assim, é preciso usar muletas para caminhar. São necessários três pontos de apoio no solo para que o usuário não caia.

A bateria do exoesqueleto tem autonomia de quatro horas. Com ele, Kaiuf conta que foi capaz de participar de uma corrida de 10 km em Tel Aviv, que foi completada em quatro horas.

É importante ressaltar que não se trata de um robô que anda pelo usuário. Ele usa a inclinação, sensores (incluindo um relógio) para detectar a intenção de movimento e iniciar a caminhada. Para subir escadas, é preciso calma e a ativação de um modo especial. Lentamente, a perna do usuário se levanta, o joelho dobra e o pé se firma no degrau para dar o impulso necessário para cima.

Apesar da aparente facilidade de uso para quem vê, é preciso ter um treinamento para aprender a usar o exoesqueleto da ReWalk de modo adequado.

A israelense tem parceria com a Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, para o desenvolvimento de seus produtos, apesar de o centro de pesquisa da companhia ficar em Israel.

Para o ano que vem, a empresa israelense prepara o lançamento de outro exoesqueleto, o Restore, voltado para idosos com dificuldade de caminhar, pessoas que tiveram um AVC, pacientes com paralisia cerebral ou esclerose múltipla. O aparelho deve ser mais barato e atingirá um mercado maior, o que pode ajudar a empresa a crescer.

*O jornalista viajou para Israel a convite do Jerusalém Press Club.

Acompanhe tudo sobre:IsraelPessoas com deficiência

Mais de Tecnologia

Tribunal dos EUA se recusa a suspender lei que pode proibir TikTok

China lança plano para acelerar transformação digital de pequenas e médias empresas até 2027

Sem X: geração Z abandona app de Elon Musk e WhatsApp é novo 'queridinho'

Austrália planeja que gigantes do setor de tecnologia a paguem por notícias