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Em ritmo de crescimento, Spotify gera R$ 1 bilhão de receita a artistas brasileiros

Dados de 2022 mostram que o aumento da receita distribuída pelo app supera em 27% o aumento geral da indústria musical brasileira, com artistas independentes desempenhando um papel significativo nos ganhos

Daniel Ek: CEO do Spotify (Ilya S. Savenok/Getty Images)

Daniel Ek: CEO do Spotify (Ilya S. Savenok/Getty Images)

André Lopes
André Lopes

Repórter

Publicado em 4 de agosto de 2023 às 10h00.

Última atualização em 4 de agosto de 2023 às 11h56.

A plataforma de streaming de música Spotify mudou a relação não só dos ouvintes com a música, mas de toda a indústria fonográfica e, principalmente, dos artistas com suas obras.

No mais recente indicador do efeito do aplicativo, apresentado através do site Loud & Clear, que divulga anualmente dados detalhados sobre royalties da indústria da música, o streaming revelou que pagou, nos últimos dois anos, mais de R$ 14 bilhões a editoras, organizações de direitos de execução e sociedades de arrecadação que representam os compositores em todo o mundo.

No Brasil, as receitas geradas por artistas brasileiros apenas no Spotify em 2022 chegaram a quase R$ 1 bilhão, um valor cinco vezes maior do que o registrado há cinco anos. O montante indica um crescimento de 27%, quase o dobro do total da indústria no país.

"Este aumento é explicado por uma mistura de vários fatores, incluindo o aumento das dimensões da plataforma, quantidade de usuários pagantes e quantidade de anunciantes", afirma a executiva Carolina Alzuguir, Head de parcerias com artistas, gravadoras, selos e distribuidoras no Spotify no Brasil.

"Ainda assim, o Spotify está incrementando ferramentas para aumentar as fontes de receita dos músicos, como a venda de mercadorias e o anúncio de shows".

Os dados do relatório também destacam como a plataforma tem investido na relação com artistas independentes. Na faixa dos que possuem ganhos menos suntuosos como dos associados a grandes gravadoras, recebendo entre R$ 50 mil e R$ 500 mil em royalties anuais, o levantamento mostra que o número de artista recebendo quadruplicou desde 2017.

Para Carolina, os artistas que correm no circuito fora das audiências mais massivas atualmente contam com ferramentas mais precisas para trabalhar seus lançamentos, com dados de consumo de música antes reservados apenas aos grandes selos.

"Na minha época de marketing em gravadoras, trabalhávamos no escuro. Agora, com o Spotify for Artists, podemos corrigir a rota em tempo real. Os artistas podem ver o consumo de suas músicas, o que ajuda em decisões como a montagem de setlists para shows", diz Carol.

A executiva também afirma que contratantes de shows e programas de TV também usam esses dados. E até os fãs, de certa forma, usando as informações para competir e se comunicar nas redes sociais. "Isso muda significativamente a relação e a dinâmica do mercado", completa.

O modelo de negócios do Spotify destina quase 70% de cada dólar gerado para a música de volta para a indústria, em forma de royalties para os detentores de direitos. Estes, por sua vez, pagam aos artistas e compositores de acordo com seus contratos.

Além de dados internos, o Loud & Clear usa informações da International Federation of the Phonographic Industry para mensurar o impacto econômico da plataforma.

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