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Em busca dos sem-banco, fintech do Santander cria assistente virtual

A Superdigital tem mais de um milhão de contas ativadas e, agora, oferece um assistente virtual que funciona até por SMS

Superdigital: fintech tem cartão internacional da Mastercard (Divulgação/Superdigital/Reprodução)

Superdigital: fintech tem cartão internacional da Mastercard (Divulgação/Superdigital/Reprodução)

Lucas Agrela

Lucas Agrela

Publicado em 15 de fevereiro de 2020 às 08h00.

Última atualização em 18 de fevereiro de 2020 às 15h50.

São Paulo – Comprada em 2016 pelo Santander, ainda com o nome de ContaSuper, a Superdigital é uma fintech voltada para as classes C e D. Em muitos casos, os mais de 1,3 milhão de pessoas que têm contas ativadas no serviço da startup não tinham conta em banco. Agora, após levar essa parcela da população para dentro do sistema financeiro formal, a Superdigital avança na oferta de recursos tecnológicos e criou a assistente digital chamada Gigi.

Com nome inspirado no da própria fintech, a Gigi funciona como outros assistentes virtuais para smartphones, como a Siri, no iPhone, ou a Bixby, nos celulares Galaxy. As atividades que ela pode realizar para os clientes vão desde um desbloqueio ou cancelamento do cartão e consulta de saldo até a ativação de um aviso viagem e trazer informações sobre saldo do cartão de transportes.

Buscando atender a quem não possui um plano de dados de internet móvel ativo no celular, a Superdigital tornou a Gigi compatível com comandos enviados por meio de SMS. Ainda assim, ela também pode ser usada via internet, no aplicativo da fintech. A partir deste mês, o serviço ficará disponível para tirar dúvidas e atender a demandas de clientes 24 horas por dia.

O Santander comprou a ContaSuper em 2016 em duas etapas: na primeira, pagou 31 milhões de reais; na segunda, pagou 119 milhões de reais. A ambição é atingir os 60 milhões de brasileiros que não têm contas bancárias.

Em entrevista a EXAME, Felipe Castiglia, presidente da Superdigital, conta que atinge o público das classes C e D, em muitos casos, por meio de empresas que adotam sua solução financeira para o pagamento de salários. Os principais gastos entre os clientes da fintech são com corridas no aplicativo Uber, entregas de comida no aplicativo iFood e assinaturas do serviço de streaming Netflix.

"Temos muitos clientes que trabalhando no ramo da construção civil ou no campo. A Superdigital é uma plataforma de inclusão financeira que tem como objetivo trazer as pessoas que não têm acesso a uma conta bancária para dentro do mercado financeiro. O cliente recebe um cartão Mastercard internacional quando ativa conta e ele pode ser usado como um cartão pré-pago em lojas físicas, mas também tem um recurso de cartão virtual, que viabiliza o uso em compras on-line. Só não dá para parcelar compras", afirma Castiglia.

Em 2019, a companhia recebeu mais de 5 bilhões de reais de depósitos em contas e registrou mais de um bilhão de reais em compras usando cartões.

A busca pelos sem-banco, tema que já foi capa de EXAME, é uma empreitada compartilhada por muitas fintechs, incluindo Nubank, PicPay e RecargaPay. Cada empresa conta com um modelo de negócios distinto, como cobranças por pagamentos de boletos, assinaturas mensais ou juros do cartão de crédito. Segundo levantamento feito pelo blog Finnovation, o Brasil contava com 504 fintechs em 2019. Algumas chegaram até ao status de unicórnio, uma vez que o valor de mercado delas ultrapassou a marca de 1 bilhão de dólares, como é o caso do Nubank, do PagSeguro e da Stone.

Com mais concorrência das fintechs, os bancos buscam novas formas de competir pela população desbancarizada e, com isso, criam suas próprias fintechs e aplicativos de pagamento. O Itaú conta com o iti, o Bradesco tem o banco digital Next e o Banco do Brasil tem parceria com a fintech Bom Pra Crédito. Com isso, os sem-banco têm cada vez mais opções de entrar no mercado financeiro.

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