Echo Buds 2, da Amazon: vale a pena pagar R$ 900 no fone que tem Alexa?
Ainda que tenha o apelo do comando de voz embutido, o fone de ouvido bluetooth da Amazon peca por uma simplicidade que custa caro
André Lopes
Publicado em 25 de fevereiro de 2022 às 10h14.
Última atualização em 25 de fevereiro de 2022 às 15h36.
A Alexa é certamente a assistente pessoal mais bem sucedida que existe no mercado. Disponível no Brasil em 18 diferentes dispositivos, de totens a telas interativas, os usuários conseguem por ela a integração de uma gama de dispositivos além de executar por voz quase 2 mil habilidades.
Considerando isso, a chegada dos fones de ouvido Echo Buds de 2ª geração, na Amazon do Brasil , simbolizou um passo a mais na vasta funcionalidade do ecossistema Alexa. Para os consumidores que já utilizam os recursos dentro de suas rotinas domésticas, o dispositivo estende o uso da assistente de voz para qualquer lugar e sem a necessidade de usar o aplicativo Alexa pelo smartphone e usando as mãos.
Entre as principais e notáveis características, o Echo Buds traz as funções de acessar uma playlist nos aplicativos de streaming, controlar o volume da mídia, pular faixas e reproduzir notícias, por exemplo. Além disso, quando conectado a uma rede de internet, os Echo Buds também podem ativar as rotinas do usuário e dispositivos smart, criar lembretes, checar o calendário, verificar tarefas ou mesmo ligar para um contato da agenda, bastando dizer: "Alexa, ligar para Camila".
Caso deseje, o usuário também pode utilizar os Echo Buds como fones convencionais, pareando diretamente com o bluetooth do celular e definindo um botão para acionar outros assistentes como Siri e Google Assistente.
Em entrevista à EXAME, Talita Taliberti, country manager da Alexa no Brasil, definiu a novidade dos fones no mercado brasileiro como o maior avanço de integração da Alexa com o cotidiano: "Interagir assim com uma assistente pessoal parece até cena de ficção científica".
No ouvido
O fone conta com a tecnologia de cancelamento de ruído ativo (ANC), que utiliza dois microfones beamforming externos e um microfone interno para executar o isolamento e também ouvir a voz nos comandos e ligações. Pedindo à Alexa, ou acessando o app, é possível alternar para o modo ambiente, onde os sons externos ficam mais pronunciados e se torna possível escutar o que está acontecendo ao redor sem a necessidade de retirar o fone do ouvido.
A Amazon não divulga detalhes sobre as características do sistema antirruídos, mas Jacques Benain, gerente-geral para dispositivos na Amazon Brasil, garantiu que o componente é de altíssima fidelidade e que consegue ser melhor que o sistema da geração anterior, produzido pela autoridade em som Bose.
Nos testes feitos pela EXAME, o recurso se mostrou sólido e capaz de isolar até mesmo ruídos de obra e trânsito intenso. Não só por usar a tecnologia (ANC), mas também pelo design intrauricolar que se prende bem na orelha, e que não incomoda outras partes do ouvido com os 5g de peso que possui.
O som
No quesito execução de músicas, a mágica da tecnologia diminui um pouco. Os Echo Buds não são os fones de melhor som em sua categoria de preço e recursos. Falamos de um dispositivo bluetooth, e certamente ele não foi pensado para ter alta definição na execução de música e nem agudos mais pronunciados, mas os Echo Buds soam simples até demais.
Em paralelo com o Galaxy Buds Pro, um possível rival de categoria, os drivers de áudio maiores (variáveis de 11 mm e 6,5 mm para o Galaxy e 5,6 mm para o Echo) permitem que as músicas soem com mais clareza e nitidez. Além disso, os fones da Samsung também são compatíveis com o Dolby Atmos, e levam vantagem com um preço similar.
Bateria e usabilidade
Em um dia de uso constante, utilizando o ANC para trabalhar, a bateria dos Echo Buds se aproxima das cinco horas de duração prometida pela fabricante. O estojo entrega duas recargas completas adicionais, totalizando um uso de quase 15 horas.
A recarga pode ser feita via USB-C, mas a Amazon também apresentou uma versão compatível com carregamento sem fio. O estojo pode receber energia via padrão Qi, o mesmo utilizado na maior parte dos carregadores sem fio de celulares.
No entanto, na mesma faixa de preço é possível encontrar o JBL Tour Pro+, que no fone alcança cerca de 7 horas com uma carga, e somado à bateria do estojo passa de 30 horas.
Um extra bastante funcional do fone é o recurso de localizá-lo a partir de um sinal sonoro. Basta fazer a solicitação à Alexa em outro dispositivo e, caso o fone esteja por perto, será emitido um som.
Preço e concorrência
O Echo Buds 2 está custando R$ 854,05 para pagamentos à vista e R$ 899 para pagamentos parcelados. Com a versão sem fio a partir de R$ 999. Mas, mesmo tendo ótima qualidade e a Alexa integrada, o modelo da Amazon, em um coparativo com outros fones que a reportagem já testou, parece mais simples e fraco na execução de áudio.
Até mesmo os sons usados para a confirmação de conexão e pareamento dos fones transmitem a sensação de ser de um produto mais barato de firmware white label.
A conclusão: o fone cumpre bem o papel de ser prático, mas o apelo é o futurismo da Alexa e esse chamariz só vale a pena se você quer acessar o recurso de forma ainda mais fluída do que em um Echo Dot ou usando a ativação de voz que já existe em modelos de faixa de preço menor.