Tecnologia

E o PlayStation? O que fica e o que sai com o fim da fábrica da Sony

Fechamento da fábrica brasileira gerou preocupação nos fãs da marca, mas o console ainda não deu game over

PlayStation: produto continuará a ser vendido no Brasil? (Anadolu Agency / Colaborador/Getty Images)

PlayStation: produto continuará a ser vendido no Brasil? (Anadolu Agency / Colaborador/Getty Images)

Tamires Vitorio

Tamires Vitorio

Publicado em 15 de setembro de 2020 às 13h30.

Última atualização em 16 de setembro de 2020 às 12h48.

Na manhã desta terça-feira, 15, uma notícia balançou o mercado de tecnologia: a Sony, uma das maiores fabricantes de eletrônicos no mundo, anunciou que fechará sua fábrica em Manaus, no Brasil, em 2021 e que a partir de março do ano que vem alguns produtos não serão mais vendidos por aqui. Na véspera do evento que deve anunciar detalhes do mais novo console da companhia japonesa, o PlayStation 5, muitos consumidores ficaram ansiosos e cheios de dúvidas: afinal, o console será vendido no Brasil?

A resposta é: sim. O fato de a fábrica ser fechada não muda a importação do videogame, que ocorre desde a última versão, o PS4, lançado em 2013, que já não era fabricado no Brasil desde 2017.

A empresa não revelou o motivo por trás da decisão de parar a fabricação do videogame em território brasileiro, mas as suposições levam a crer que a decisão se deu pelas taxas impostas no país. "Sobre a produção nacional, de fato não temos mais consoles fabricados no Brasil", disse um porta-voz da empresa na época.

A conclusão que fica é que mesmo que o console não seja fabricado no Brasil, isso não impede que ele seja comercializado por aqui. Parar as vendas do PlayStation no Brasil também seria um tiro no pé da Sony, visto que o console da marca é o preferido pelos brasileiros, sendo usado por 37,6%. O Xbox 360, rival direto do videogame, é usado por 32,8% da jogadores, segundo a consultoria de dados alemã Statista.

O evento desta quarta também continua firme e forte. Segundo a empresa japonesa, o evento terá 40 minutos, e acontecerá um dia depois de outro evento marcante para o setor de tecnologia — nesta terça-feira, 15, a Apple fará seu evento anual para revelar novidades da marca.

A Sony define o evento como “mais um olhar sobre os jogos que serão lançados com o PS5 e muito mais!”. O console da empresa deve chegar às lojas no final deste ano, bem próximo ou ao mesmo tempo que o Xbox — uma briga de titãs.

Apesar disso, o videogame da Sony é o mais utilizado pelos gamers no mundo, com uma fatia de 64,22%, enquanto o Xbox representa 35,77% e o Nintendo Switch apenas 0,01%, segundo o site irlandês StatCounter. Então, nesse quesito, não há preocupação.

Outros produtos que continuarão a ser vendidos no Brasil, como os equipamentos de soluções profissionais e a Sony Music e Pictures Entertainment. As soluções profissionais citadas pela empresa são equipamentos necessários para o trabalho das pessoas, como câmeras de vídeo para a gravação de filmes ou reportagens.

A empresa também afirma que continuará a prestar serviços de garantia e suporte ao consumidor, apesar do fechamento da fábrica. "A Sony Brasil continuará a oferecer todo suporte ao consumidor para os produtos sob sua responsabilidade comercial de acordo com as leis aplicáveis e sua política de garantia de produtos", afirmou em comunicado.

Os produtos que chegarão ao fim da linha em março de 2021 são os televisores, as câmeras e produtos de áudio. A empresa, em comunicado enviado à EXAME, define a decisão como uma consideração ao "ambiente recente de mercado e a tendência esperada para os negócios". A Sony não informou, no entanto, se os aparelhos que estiverem em estoque continuarão a ser vendidos, mas os valores, segundo a empresa, não serão alterados.

Na área de televisores, a Sony realmente vinha sofrendo um pouco — e não só no Brasil. O mercado das TVs no Brasil (e no mundo), por exemplo, é dominado pela sul-coreana Samsung, líder de mercado global há 14 anos, segundo a IHS Markit. Em seguida vem a LG, com cerca de 12% do mercado. A Sony, embora seja a quarta maior fabricante de televisores, representa apenas 7% do setor. Em um mercado de televisores como o brasileiro, a saída da Sony é um prato cheio para outras fabricantes, como a própria Samsung, a LG, a Roku e a novata TLC continuarem a crescer e ocupar o espaço da companhia japonesa.

O lucro da empresa também tem caído nos últimos anos, embora esteja mais alto do que em 2016, quando atingiu seu nível mais baixo, de 67,8 bilhões de dólares. Em 2019, o lucro foi de 76,9 bilhões de dólares.

Os motivos para a saída da empresa do Brasil, embora não tão claros, não impedem que os consumidores joguem Fifa em seus consoles de última geração em um futuro próximo. O PlayStation no Brasil ainda não sofreu um game over — nem deve sofrer.

Confira a nota na íntegra:

“O grupo Sony sempre adota medidas para fortalecer a estrutura e a sustentabilidade de seus negócios, para responder às rápidas mudanças no ambiente externo. Nós decidimos fechar a fábrica em Manaus ao final de março de 2021 e interromper, em meados de 2021, as vendas de produtos de consumo pela Sony Brasil, tais como TV, áudio e câmeras, considerando o ambiente recente de mercado e a tendência esperada para os negócios. A Sony está tomando todas as medidas necessárias e está muito comprometida como empresa em empenhar seus esforços para garantir todos os direitos, o melhor tratamento e cuidados especiais a seus colaboradores. Sony Brasil continuará a oferecer todo suporte ao consumidor para os produtos sob sua responsabilidade comercial de acordo com as leis aplicáveis e sua política de garantia de produtos. Os demais negócios do grupo Sony no Brasil (Games, Soluções Profissionais, Music e Pictures Entertainment) continuarão a manter sua forte atuação no mercado local.”

Acompanhe tudo sobre:PlayStationSony

Mais de Tecnologia

Black Friday: 5 sites para comparar os melhores preços

China acelera integração entre 5G e internet industrial com projeto pioneiro

Vale a pena comprar celular na Black Friday?

A densidade de talentos define uma empresa de sucesso; as lições da VP da Sequoia Capital