São Paulo - Desde quinta-feira circula pela internet a notícia de que uma nova lei trabalhista francesa permitiria que funcionários ignorassem e-mails de trabalho recebidos após o final do expediente. Mas o que seria um novo direito a ser comemorado pelos trabalhadores do país é falso.
Uma reportagem do jornal francês Le Monde desta sexta-feira se ocupa especificamente de desmentir a história.
O boato começou uma crônica no blog da jornalista Lucy Mangan, no site do jornal britânico The Guardian.
"Caso você ainda não tenha inveja suficiente dos franceses, com seu estilo natural, sotaque adorável e vontade coletiva de controlar as calorias, eles acabaram de tornar ilegal trabalhar depois das 6h da tarde", dizia o texto.
Os sites Daily Tech, Mashable e Business Insider foram alguns dos que acabaram replicando a falsa notícia.
O que de fato aconteceu foi que, no dia 1º de abril, o sindicato das empresas de engenharia (Syntec) anunciou um acordo com os sindicatos dos profissionais da área - na verdade, uma emenda a um acordo de 1999 - que afirma a necessidade de desligar ferramentas de comunicação à distância.
O acordo é relativo aos trabalhadores que não estão sob a jornada semanal de 35 horas da França. Ou seja, alcança apenas os autônomos dessa área.
Eles trabalham sob o regime de "pacote de dias", que não é contado por horas. A ideia é evitar jornadas extenuantes nestes casos.
Entre outras medidas relativas à saúde do trabalho, o acordo fala da "obrigação de respeitar as jornadas mínimas de repouso e da introdução de uma obrigação de desligar as ferramentas de comunicação a distância".
Continua sendo verdade, no entanto, que a França é o único país do mundo a ter jornada de trabalho semanal de 35 horas (no Brasil, são 44 horas semanais) e que os direitos trabalhistas por lá são levados muito a sério.
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1. Operador confere movimento de bolsa em Wall Street
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1/9 (Getty Images/AFP/File)
São Paulo - Se identificar as oportunidades de investimentos em um mundo tão coplexo e cada vez mais interconectado já é difícil, imagine quando os investidores e analistas são servidos de notícias que se provam posteriormente falsas, seja por engano ou má-fé. Os rumores viajam na velocidade da luz e têm o potencial de derrubar ou disparar um ativo financeiro. Boa parte deles é desfeito em algumas horas ou minutos, mas aí o estrago já foi feito. Foi isso que aconteceu nesta terça-feira quando um texto falso publicado no perfil do Twitter da agência americana de notícias AP (Associated Press) trouxe pânico para o mercado financeiro durante três intermináveis minutos. Veja a seguir 7 ocasiões em que eventos do tipo tumultuaram as bolsas:
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2. Bolsa de Nova York - Wall Street
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2/9 (John Moore/Getty Images)
Quase como em um roteiro de filme de Hollywood, o mercado financeiro americano
levou um duro golpe da sua crescente dependência da tecnologia nesta terça-feira. Um texto falso publicado no perfil do Twitter da agência americana de notícias AP (Associated Press) trouxe pânico para o mercado financeiro durante três intermináveis minutos. Às 13h07, horário de Nova York (12h07 pelo horário de Brasília), uma pessoa conseguiu acesso ao perfil e publicou o seguinte texto: “Duas explosões na Casa Branca e Barack Obama está ferido”. A AP suspendeu a sua conta principal e secundárias no Twitter após o ocorrido. Logo após a divulgação do texto falso, os principais índices das bolsas americanas - e de quebra todas as bolsas abertas naquele momento – despencaram. O índice Dow Jones cedeu 143 pontos, de 14.697 pontos para 14.554 pontos, uma baixa de 1%. O S&P 500 caiu dos 1.578 pontos para os 1.563 pontos, mas logo que a notícia foi desmentida voltou ao normal. No Brasil, o principal efeito foi visto no dólar que, ao longo do dia, subiu a 2,031 reais. Foi o maior nível intradiário desde 28 de janeiro. O Ibovespa caiu 0,5% após a notícia.
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3. Avião da United Airlines
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3/9 (Divulgação)
Uma notícia de que a United Airlines iria pedir falência agitou os mercados americanos na manhã de 8 de setembro de 2008. Assim que as bolsas iniciaram os negócios a reação foi incrível. Em apenas 6 minutos, as ações da companhia aérea derreteram 99,9% e os negócios foram paralisados pela bolsa de Nova York. A negativa da United Airlines veio logo em seguida. Depois da paralisação dos negócios, as ordens foram reorganizadas e os papéis foram negociados, na mínima do dia, com uma desvalorização de 27%. Ao final do dia, as agências de notícias discutiam sobre quem era o culpado sobre o erro. A United disse que uma antiga matéria do jornal Chicago Tribune de 2002 havia sido publicada em um website do The South Florida Sun-Sentinel. Uma empresa de análise teria inserido o link em uma página da Bloomberg, que então teria enviado um alerta baseado no artigo.
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4. Plataforma de petróleo da Petrobras
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4/9 (Divulgação/Petrobras)
A segunda-feira, 14 de abril de 2008, foi um dia para não ser esquecido pelos investidores da Petrobras. Ainda em meio à euforia sobre as reservas de petróleo da Petrobras na camada do pré-sal, o então diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Haroldo Lima, deu declarações que animaram o mercado. Lima disse durante o 4º Seminário de Petróleo e Gás Natural promovido pela FGV (Fundação Getúlio Vargas) que o bloco BM-S-9, conhecido como Carioca, poderia ser alçado ao posto de terceiro maior campo de petróleo do mundo com reservas de aproximadamente 33 bilhões de barris de óleo equivalente (boe). Com base na informação divulgada por um membro do governo, o mercado se animou. Os papéis ordinários da Petrobras chegaram a subir 10% e os preferenciais 7% ao longo do dia. No dia seguinte, o diretor recuou. Ele disse que as informações não eram novas e que apenas reproduziu informações publicadas na revista americana “Word Oil” dois meses antes. A CVM não gostou nada do anúncio realizado de forma não oficial e considerou a declaração como prejudicial ao mercado. A autarquia destacou que esse tipo de informação precisa ser feito exclusivamente pela empresa, principalmente se possuir "potencial de influenciar os preços das ações negociadas no mercado e a decisão dos investidores de comprar ou vender".
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5. Vista da loja da Apple em Londres, no Reino Unido
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5/9 (Denna Jones/Creative Commons)
Em maio de 2007, a expectativa pelo lançamento do primeiro iPhone era enorme. Os investidores aguardavam apreensivos pelo anúncio do que viria a se tornar um dos telefones celulares mais revolucionários. A data já estava marcada: 28 de junho de 2007. Mas uma notícia publicada pelo site “engadget” baseada em um falso e-mail da empresa dirigido aos funcionários afirmava que o lançamento seria adiado para outubro. Era tudo mentira. A mensagem enviada pelo remetente “Bullet News” não era da Apple. A empresa logo enviou um novo e-mail desmentindo a informação aos funcionários. “Você deve ter recebido um que parecia ser uma “Bullet News” da Apple. Essa comunicação é falsa e não veio da Apple”, esclareceu. Na mínima daquele dia, as ações da Apple chegaram a cair 3,8%, para 103,42 dólares.
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6. Steve Jobs
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6/9 (Justin Sulivan/AFP Photo)
Um texto publicado em 27 de agosto de 2008 às 16h27 em Nova York noticiou equivocadamente a morte do co-fundador da Apple, Steve Jobs. A notícia que espantou os investidores destacava as criações e a vida profissional de Jobs no formato de um clássico obituário. A matéria, que continha um aviso interno “Em espera para publicação – Não use”, foi enviada para milhares de usuários corporativos da agência Blooomberg. “Steve Jobs, que ajudou a criar computadores pessoais tão fáceis de usar quanto os telefones, mudou a maneira com que os filmes de animação são feitos, persuadiu consumidores a usar a música digital e redesenhou o telefone celular, XXX”, dizia um trecho do texto. A Bloomberg se retratou e disse que uma matéria foi “inadvertidamente” publicada. “O item nunca foi concebido para publicação e foi recolhido”, informou a agência. O obituário foi flagrado pelo
blog Gawker. A gafe histórica trouxe alguns minutos de pânico aos investidores, que já andavam preocupados com a saúde de Jobs –
que faleceu no dia 5 de outubro de 2011.
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7. Agora veja as 15 melhores cidades para estudar no mundo
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7/9 (Getty Images)
Os mercados financeiros ficaram espantados no dia 10 ne novembro de 2011 com a notícia de que a França, um país com a capacidade de pagamento das suas dívidas avaliado em AAA, poderia perder o grau máximo de confiança da sua nota de classificação de risco. Mas tudo não passou de um erro. A
agência Standard and Poor’s distribuiu equivocadamente um comunicado no qual teria rebaixado o triplo A do país. O anúncio levou a uma nova onda de pessimismo à já combalida zona do euro com os problemas na Itália, Portugal e Grécia. Os títulos da dívida do governo francês tiveram o pior dia desde a criação do euro em 1999 O ministro das finanças do país, Francois Baroin, avaliou o ocorrido como “muito chocante” e pediu aos reguladores uma investigação sobre as causas e consequências dele. “Nós temos uma estratégia, um comprometimento em termos de redução do déficit”, disse ele durante uma conferência econômica em Lyon. Apesar do comprometimento do governo, a S&P rebaixou de fato o rating da França no início de 2012 para AA+.
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8. Trabalhador do Censo, do IBGE
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8/9 (Divulgação/IBGE)
O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) também deu um escorregão no dia 10 de novembro de 2011. O órgão deixou vazar os números do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor – Amplo)
um dia antes do habitual. Uma "falha no sistema de publicação de informações" teria permitido a divulgação antecipada, segundo o Instituto. A informação não teria aparecido no site, mas pode ser acessada por outras tecnologias, como celulares. Em um ano no qual o controle dos preços também era o centro do debate sobre a economia brasileira, saber do principal índice de inflação do país com antecedência foi uma bela ajuda.
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9. Elas valem menos
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9/9 (REUTERS/Neil Hall)