Tecnologia

Dona da Ray-Ban desenvolve óculos inteligente com aparelho auditivo integrado

Luxottica também controla no Brasil a rede de franquias Óticas Carol

Luxottica: empresa já teve experiências tecnológicas com Google e Meta (Alessandro Bianchi/Reuters)

Luxottica: empresa já teve experiências tecnológicas com Google e Meta (Alessandro Bianchi/Reuters)

Luiz Anversa
Luiz Anversa

Repórter colaborador

Publicado em 27 de fevereiro de 2024 às 06h21.

A Luxottica é a maior fabricante de óculos de grau e de sol do mundo. Ela é dona de marcas icônicas como Ray-Ban e Oakley, além de poder licenciar e distribuir produtos de Chanel, Michael Kors, Armani, Prada, Versace, entre outros. No Brasil, tem o controle da rede de franquias Óticas Carol.

Em 2018, a Luxottica se fundiu com a Essilor, uma fabricante francesa de lentes, e foi criado um gigante corporativo franco-italiano que hoje vale mais de US$ 90 bilhões e emprega cerca de 200 mil pessoas.

Segundo a The Economist, Francesco Milleri, executivo-chefe da empresa, está procurando um próximo grande passo para a companhia. Uma das ideias é tornar a Luxottica líder no segmento de óculos inteligentes. Não seria algo novo para o conglomerado, que fez uma parceria no projeto do Google Glass - um fracasso em razão sua interface desajeitada e ao seu design esquisito. O dispositivo foi descontinuado em 2015.

A mais recente incursão da EssilorLuxottica na tecnologia é por meio da Ray-Ban, em parceria com a Meta, dona de Facebook e Instagram. Lançado em 2021, o produto teve apenas um sucesso modesto. A empresa espera que uma nova versão que começou a ser vendida em setembro, que tem uma câmera mais sofisticada e uma bateria de longa duração, tenha um desempenho melhor. O dispositivo pode capturar e retransmitir o que o usuário vê. Um assistente virtual embutido pode ouvir e responder às solicitações.

De acordo com a The Economist, o próximo grande passo da EssilorLuxottica é o desenvolvimento de óculos com aparelhos auditivos integrados, que serão lançados em agosto. para aqueles com perda moderada da audição. A empresa calcula que esse é um grupo de cerca de 1,25 bilhão de pessoas em todo o mundo, muitas das quais evitam o estigma e o alto preço dos aparelhos auditivos convencionais. Os óculos da empresa, por outro lado, não serão diferentes de outros óculos e custarão bem menos do que um aparelho auditivo comum, disse Milleri à revista.

No ano passado, a EssilorLuxottica comprou a Nuance Hearing, uma startup israelense fundada em 2015 que usa um algoritmo para detectar a origem dos sons com base no momento em que eles são captados por diferentes microfones. Os óculos desenvolvidos pela empresa isolam e processam a voz da pessoa com quem o usuário está falando e a transmitem por meio de minúsculos alto-falantes embutidos. Nada entra no ouvido do usuário.

O curioso disso é que Leonardo Del Vecchio, o fundador da Luxottica morto em 2022 aos 87 anos, sofria de perda auditiva e sempre reclamava dos aparelhos serem desconfortáveis de usar com óculos. Seu império pode estar no caminho para resolver esse problema.

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