Dispositivos móveis tendem a se popularizar até por incentivos como a Lei do Bem, que agora inclui desoneração para smartphones (Getty Images/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 11 de outubro de 2012 às 11h18.
São Paulo - Se depender de especialistas do setor de <a href="https://exame.com/noticias-sobre/telecomunica%C3%A7%C3%B5es" target="_blank"><strong>telecomunicações</strong></a>, o PC não deverá durar muito. Em debate durante a Futurecom 2012, nesta quarta-feira, 10, no Rio de Janeiro, a prevalência de dispositivos móveis cada vez mais potentes em detrimento da plataformas mais tradicionais foi praticamente um consenso entre os participantes do painel “A nova geração de tablets, smartphones, ultra notebooks e web tvs: uma sociedade que se tranforma”.</p>
Para o diretor de vendas diretas da Dell, Henrique Sei, talvez não seja ainda nesta geração que os computadores de mesa cairão em desuso. “Acho que não estarei vivo quando isso acontecer”, afirmou ele. Mesmo assim, ele reconhece o crescimento acelerado das plataformas mais novas. “Existe uma proliferação de dispositivos e a tendência é continuar a crescer. Já passamos da fase vender mais notebooks do que desktops, depois vieram os smartphones, que já vendem mais e, no futuro, serão os tablets.”
Roberto Guenzburger, da Oi, discorda de Sei. “Acho que vamos estar todos vivos para ver o PC morrer”, brinca. O diretor da operadora afirma que o haverá espaço para os aparelhos em cada momento, mas os dispositivos móveis também vão evoluir, ganhando telas cada vez mais sofisticadas. “O super amoled vai virar coisa comum, assim como telas flexíveis e transparentes, que permitirão esticar o smartphone para ele virar um tablet”, prevê.
A tendência na adoção desses dispositivos também é vista por Marcelo Leite, da Cisco, que já enxerga a mudança. “O usuário estará satisfeito com o aparelho se houver uma experiência móvel, multimídia com vídeo em alta definição, se for social, virtual [com conteúdo na nuvem] e houver performance”, diz, lembrando que smartphones e tablets já oferecem tudo isso, inclusive em ambiente corporativo. Leite atenta também para a necessidade de desenvolvimento de aplicativos, com experiências mais dinâmicas, e das redes, seja 3G, 4G ou Wi-Fi.
O mercado de educação móvel também pode crescer. Martin Restrepo, da iniciativa Ditacuja, que leva dispositivos e novas formas pedagógicas com a tecnologia a escolas em São Paulo, cita pesquisa da GSMA que prevê o setor faturando US$ 70 milhões no mundo até 2020. “Estamos falando de conteúdo e experiência, não de colocar um Power Point no celular - imagine ensinar a lei de Newton usando um acelerômetro [no aparelho]”, sugere.
Julian Junitri Nakasone, da Promon-Logicalis, explica que a chegada desses handsets ao ambiente corporativo também deverá acontecer. “Isso dá liberdade ao usuário e o funcionário se sente mais motivado, então tem a ver com retenção de profissionais”, conta. Ele ressalta que o cloud computing também será parte fundamental nesta mudança de paradigma, levando o acesso a arquivos, aplicativos e serviços independente da plataforma.
O fato é que os dispositivos móveis tendem a se popularizar, até por incentivos como a Lei do Bem, que agora inclui desoneração para smartphones. “Os preços vão continuar caindo, passando da barreira dos US$ 100 como preço final para o consumidor, e isso vai empurrar para baixo o preço do 3G também”, afirmou Hilton Teixeira Mendes, da Telefônica/Vivo.
Marilda Moreira, da Anatel, afirma que a infraestrutura para permitir tudo isso já está crescendo exponencialmente, sobretudo com o 3G e 4G. “O órgão regulador tem de cuidar para fomentar um ambiente regulatório estável e a qualidade percebida pelos usuários requer todas essas situações harmonizadas. A Anatel está proporcionando essas situações”, disse. Ela acredita que a entrada da frequência 2,5 GHz no LTE vai contribuir para a massificação de smartphones e tablets, com crescimento também na cobertura do 3G.