Até dezembro, a direção da Deutsche Telekom deve tomar uma dura decisão: vender a T-Mobile USA, sua companhia americana de telefonia celular, e se concentrar no mercado europeu, onde é mais competitiva; ou se empenhar na expansão da operação americana, a fim de torná-la competitiva frente a grandes rivais, como a Vodafone.

Parte dos altos executivos da Deutsche Telekom argumenta que sair dos Estados Unidos é a melhor opção. Para tornar a T-Mobile USA competitiva, seria necessário implantar uma rede mais veloz de transmissão de dados, a fim de oferecer acesso sem fio à internet, como seus concorrentes, além de baratear as chamadas de voz. O custo dessas iniciativas é estimado em 10 bilhões de dólares.

Já a venda da T-Mobile USA poderia alcançar 30 bilhões de dólares (cerca de 25 bilhões de euros), e os recursos poderiam ser aplicados em solo europeu, na expansão dos negócios de telefonia fixa e móvel, e de transmissão de dados.

De acordo com o americano The Wall Street Journal, a frágil posição da companhia nos Estados Unidos torna ainda mais atraente a opção de vender seus negócios no país. "De um ponto de vista estratégico, eu preferiria sair do mercado americano, especialmente quando estamos frente a frente com um projeto de expansão desse porte", afirmou ao jornal americano Theo Mass, gestor de fundos do ABN Amro Asset Management.

Defazer-se do negócio, porém, não será uma tarefa fácil. Segundo o jornal americano, o comprador mais provável seria a Vodafone, que já declarou não ter interesse na T-Mobile USA. A Vodafone possui 45% da Verizon Wireless, em parceria com a Verizon Communications, que detém o resto do capital. De acordo com Bobby Leach, um representante da Vodafone, a companhia está claramente comprometida em aprofundar a parceria com a Verizon e, por isso, não pensa em adquirir a T-Mobile USA.