De olho no Metaverso, Facebook traz resultados sob fantasma regulatório
Em meio a escândalos recentes de dados e direção de negócios, Facebook pode usar metaverso como "novo fôlego" em apresentação de resultados
Thiago Lavado
Publicado em 25 de outubro de 2021 às 06h00.
Última atualização em 25 de outubro de 2021 às 12h51.
As atenções se voltam ao Facebook e ao que CEO Mark Zuckerberg possa dizer a analistas e acionistas quando a empresa divulgar os resultados do terceiro trimestre nesta segunda-feira, 25.
O Facebook recentemente voltou às cordas com vazamento de dados internos da empresa, da ex-funcionária Frances Haugen, que mostrou que a companhia sabia dos malefícios que o Instagram poderia trazer a usuários, em especial adolescentes.
Haugen, que depôs em audiência ao Congresso americano, também abriu um processo de delação junto a Securities and Exchange Comission (SEC), o órgão regulador de mercado nos Estados Unidos, acusando o Facebook de enganar os investidores em relação a diversos problemas com comunicados que não correspondiam às ações internas da companhia. Algo que Zuckerberg deve tocar quando responder às perguntas de analistas.
Além dos problemas com potencial regulatório e autoridades no Congresso, o Facebook pode ter de explicar ainda seu rentável modelo publicitário. Na última semana, depois que a concorrente Snap, desenvolvedora do Snapchat, apresentou resultados abaixo do esperado, todas as redes sociais despencaram na bolsa.
A companhia apontou como problema a nova política de privacidade da Apple, algo contra o qual o Facebook vem brigando e criticando há algum tempo.
O lado positivo do Facebook deve ficar com a apresentação do "metaverso", o que Zuckerberg se refere como a internet do futuro, acessável via dispositivos de realidade virtual e aumentada, em que as pessoas teriam "avatares" de interpretação digital.
No final de setembro, a empresa anunciou um plano de 50 milhões de dólares para desenvolver e fomentar a ideia. Em seu último anúncio, o Facebook afirma que seu metaverso “não é necessariamente sobre passar mais tempo online - é sobre tornar o tempo que você passa online mais significativo”.
A ideia vem sendo abraçada por entusiastas de tecnologia e de blockchain, que já discutem o tema há algum tempo. Pode ser um sopro de novidade para os resultados do combalido Facebook.
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