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Dados dos usuários jamais serão monetizados, diz fundador do Telegram

Com a controvérsia do WhasApp, aplicativos de mensagens lutam para ganhar seu espaço na tela de início dos smartphones no mundo todo

Telegram: rival do WhatsApp se aproveitou da situação (NurPhoto / Colaborador/Getty Images)

Telegram: rival do WhatsApp se aproveitou da situação (NurPhoto / Colaborador/Getty Images)

Tamires Vitorio

Tamires Vitorio

Publicado em 13 de janeiro de 2021 às 11h32.

Última atualização em 13 de janeiro de 2021 às 16h43.

A situação não está nada boa para o WhatsApp, aplicativo de mensagens mais popular no Brasil que, na última semana, passou a ter como regra obrigatória o compartilhamento de dados dos usuários com a sua empresa controladora, o Facebook.

Se Elon Musk fez um apelo para que as pessoas passassem a usar o Signal, app com a mesma premissa, o fundador do Telegram foi ainda mais longe – colocando lenha em uma fogueira que deve arder por mais um tempo.

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Segundo o site americano Mint, o programador russo Pavel Durov, fundador do aplicativo que rivaliza o WhatsApp, afirmou que "jamais vai monetizar os dados privados dos usuários" para criar anúncios.

"Nunca vamos forçá-lo a ver anúncios de 30 segundos no Telegram. Se um dia colocarmos anúncios, eles serão mostrados da mesma forma para todos, e não baseados em dados privados (ao contrário do Facebook)", afirmou. "Então, nada de coletar dados privados, nada de fazer um perfil do usuário", disse.

Durov aproveitou também para falar do Signal, aplicativo concorrente do Telegram e do WhatsApp, conhecido por não coletar dados dos usuários. "O Signal representa apenas uma ferramenta que o Telegram tem – os chats secretos. Se você acha que precisa de um app para fazer somente isso, instalá-lo pode fazer sentido para você. Pessoalmente, acho o Telegram muito mais usável – e seguro", disse.

Apesar da afirmação do fundador do concorrente, o Signal usa criptografia de ponta a ponta em todos os seus serviços, desde mensagens até chamadas de vídeo. Não há acesso para contatos, grupos, mensagens, imagens ou pesquisas dos usuários, diferente dos outros aplicativos.

Enquanto isso, a criptografia de ponta a ponta no Telegram está presente somente nos chats secretos – conversas e grupos normais passam pela nuvem da plataforma. As mensagens no WhatsApp também são criptografadas, o que, segundo a empresa, significa que "somente você e a pessoa com quem você está se comunicando podem ler ou ouvir as mensagens trocadas".

Com a controvérsia do WhatsApp, o Telegram chegou a marca de 500 milhões de usuários globais, segundo Durov. Ainda resta espaço para crescer – e aparecer.

O que aconteceu com o WhatsApp?

A partir do dia 8 deste mês, os novos termos do WhatsApp tornaram obrigatório o compartilhamento de informações como número de telefonedados de transaçõesendereço IP, dados de dispositivo, dados sobre as interações com outros contatos (pessoas ou empresas), entre outros.

Até os grupos que o usuário ingressou ou seus status (em estilo de stories) podem ser coletados e compartilhados com o Facebook. As informações podem ser compartilhadas também com outras empresas do Facebook.

Em 2014, o WhatsApp afirmou que as probabilidades de uma política do tipo ser adotada era algo inviável. Em uma publicação feita no blog oficial da companhia logo após a aquisição realizada pelo Facebook por 19 bilhões de dólares foi afirmado que "o respeito pela privacidade dos usuários estava no DNA" do app de mensagens.

Em nota enviada à EXAME, o WhatsApp afirmou que "esta atualização não muda as práticas de compartilhamento de dados entre o WhatsApp e o Facebook, e não impacta como as pessoas se comunicam de forma privada com seus amigos e familiares em qualquer lugar do mundo".

Mas a novidade não agradou os usuários – que, desde então, estão buscando alternativas que não compartilhem seus dados com terceiros. Uma tarefa difícil.

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