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Covid-19 deixa investidores receosos e capital de risco cai 10% no 2º tri

Foram alocados 62,9 bilhões de dólares em investimentos no período; mais da metade deste valor foi aportado em operações nos Estados Unidos

Investimentos de capital de risco no mundo despencaram no segundo trimestre deste ano (Anton Petrus/Getty Images)

Investimentos de capital de risco no mundo despencaram no segundo trimestre deste ano (Anton Petrus/Getty Images)

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Rodrigo Loureiro

Publicado em 3 de setembro de 2020 às 10h38.

Última atualização em 3 de setembro de 2020 às 15h06.

Um estudo realizado pela KPMG apontou que o investimento em capital de risco (ou venture capital) no mundo caiu quase 10% no segundo trimestre deste ano em relação ao valor que foi aportado em empresas durante o mesmo período de 2019. A pesquisa, obtida com exclusividade pela EXAME, mostra que foram alocados 62,9 bilhões de dólares em investimentos entre os meses abril e junho de 2020 ante 69,8 bilhões de dólares em 2019.

Chamada de Venture Pulse, a amostra analisou os investimentos de capital de risco realizados em 4.502 negócios de todo o planeta. O número de operações aportadas também diminuiu. Em 2019 foram 5.624 negócios. “Esse cenário atípico está levando os investidores de venture capital a reavaliarem se podem precisar investir mais nos próximos trimestres”, diz Ricardo Anhesini, sócio de capital privado da KPMG na América do Sul.

O executivo explica que a estratégia precisa ser elaborada de acordo com a necessidade dos investidores de aportar mais capital em companhias que eles já investem ou se é hora de buscar novos rumos “em empresas que estão surgindo e crescendo durante esse cenário de pandemia”.

Se separados por região, os investimentos de capital de risco em países da América foram os maiores durante o segundo trimestre deste ano, somando 35,6 bilhões de dólares em 2.354 negócios.

Quase todo esse valor (e metade do montante total) veio de operações feitas nos Estados Unidos com 34,3 bilhões de dólares em 2.197 negócios. Neste ponto vale destacar que a Waymo, de tecnologia de carros autônomos, sediada em território americano, levantou 3 bilhões de dólares em uma rodada de financiamento recente.

Na Ásia foram 16,9 bilhões de dólares em 1.011 operações. Uma fatia deste valor veio com os investimentos de 1 bilhão de dólares feito nas empresas MGI Tech e Didi Bike, ambas da China, durante os últimos meses. Em terceiro lugar aparece a Europa, com um montante de 10,1 bilhões de dólares dividido em 1.062 transações.

Para Raphael Vianna, sócio-diretor de análise de dados da KPMG no Brasil, embora o segmento tenha sofrido impactos por conta da pandemia do novo coronavírus, a expectativa é de crescimento no próximo trimestre. A aposta deve ser “no surgimento de novas empresas que apresentem soluções coerentes à realidade atual”.

O capital de risco não é o único que caiu. Os investimentos-anjo também devem sofrer queda em 2020 após o crescimento dos últimos anos, principalmente no Brasil. Recentemente, EXAME publicou um especial que traz um raio-x do mercado de investidores de startups e que mostra que o país já conta com mais de 8 mil investidores.

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