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Costa Concordia já está endireitado, resta saber qual será seu futuro

O Costa Concordia já está endireitado após uma operação de engenharia sem precedentes que terminou na madrugada desta terça-feira

Costa Concordia (©afp.com / FILIPPO MONTEFORTE)

Costa Concordia (©afp.com / FILIPPO MONTEFORTE)

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Da Redação

Publicado em 17 de setembro de 2013 às 07h00.

Roma - O Costa Concordia, o gigantesco cruzeiro que no dia 13 de janeiro de 2012 naufragou causando a morte de 32 pessoas, já está endireitado após uma operação de engenharia sem precedentes que terminou na madrugada desta terça-feira e que durou 19 horas, mas agora o problema é como será flutuado e para onde será transferido para o seu desmantelamento.

Com o toque das sirenes, às 4h da madrugada na Itália (23h de Brasília da segunda-feira) se anunciava que a operação tinha sido um sucesso, apesar de ter durado mais que o previsto.

O navio, de 44,6 mil toneladas, 290 metros de comprimento e 17 andares de altura, já estava na posição vertical sobre a plataforma submarina que foi construída nos meses anteriores.

O chamado "parbuckling", o termo técnico com o qual se conhece esta operação de endireitar uma embarcação, foi iniciada pela sociedade americana Titan Salvage em conjunto com a italiana Micoperi, empregou 500 pessoas e teve um custo de 600 milhões de euro para a Costa Cruzeiros, proprietária do Costa Concordia.

Do mar da Ilha de Giglio, onde o cruzeiro tinha encalhado após a manobra do capitão Francesco Schettino, acusado agora de homicídio e abandono do navio, ressurgia a outra parte do casco, completamente deformada por ter ficado, durante 20 meses, pressionada contra as rochas.

Durante 10 horas, vários macacos hidráulicos esticaram os cabos de aço unidos ao casco do navio para levantá-lo, enquanto outros cabos, conectados a 13 torres davam equilíbrio ao barco.

Os momentos mais incertos e que atrasaram os trabalhos foram durante as primeiras horas, quando o cruzeiro tinha que ser desencalhado e separado das rochas do fundo do mar para começar a ser endireitado.

Outra grande preocupação, sobretudo para os habitantes da Ilha de Giglio, era o possível impacto ambiental que poderia ter a operação para endireitar o navio, mas a presidente do Observatório Ambiental, Maria Sargentini, comunicou que não houve vazamentos e que não haverá "bomba ecológica".

"Sinto alívio e estou orgulhoso da minha equipe", foram as primeiras palavras do diretor das operações, o engenheiro sul-africano Nick Sloane, de 52 anos, o cérebro desta operação e que finalmente apareceu para os meios de comunicação após 19 horas fechado na sala de controle.

Nesta manhã, sem pausa, e após comemorar o sucesso da operação, um dos responsáveis, o engenheiro italiano Sergio Girotto e o comissário extraordinário para a emergência do Costa Concordia e chefe da Defesa Civil italiana, Franco Gabrielli, se aproximaram do fantasmagórico cruzeiro para comprovar seu estado.

A preocupação se concentra agora no lado do casco que se encontra bastante deformado e isto acrescentará dificuldade para a instalação das 15 boias-estabilizadoras, iguais as que foram instalados do outro lado, que servirão para fazer o navio flutuar.

Quando estiverem instaladas, e ainda não se sabe quando, se dará o empurrão para flutuar o navio e poder transferi-lo.

Gabrielli assegurou que, após a primeira inspeção de hoje, o estado do navio é melhor do que esperavam, mas "ainda há muito trabalho a fazer".

O responsável da Defesa Civil confirmou que o navio não sairá do mar de Giglio até o ano que vem e que ainda continuam buscando um porto, não muito distante, capaz de receber o enorme cruzeiro para seu desmantelamento.

Para Gabrielli, é prioridade a busca dos dois corpos que ainda não foram encontrados, a passageira Maria Grazia Trecarichi e o membro da tripulação Russel Rebelli.

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