Coreia do Sul: a taxa de natalidade do país caiu para o menor nível já registrado (Chung Sung-Jun/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 21 de junho de 2015 às 18h59.
São Paulo – O envelhecimento da população e as baixas taxas de natalidade são problemas para diversos países desenvolvidos. Um dos que mais sofre com essa questão demográfica é a Coreia do Sul. Uma pesquisa analisou os dados e chegou a conclusões bizarras sobre o país.
Em 2013, a taxa de natalidade do país caiu para o menor nível já registrado. Apenas 8,6 bebês por mil sul-coreanos nasceram. Assim, se espera que cada mulher sul-coreana tenha 1,1 filho, ou seja, a Coreia do Sul é o quinto país com a menor taxa de fertilidade no mundo.
Além disso, uma pesquisa do governo, que entrevistou mulheres entre 9 e 24 anos, descobriu que apenas 46% delas gostariam de se casar. Esse número é considerado baixo se comparado com a taxa de homens que querem se casar (63%), segundo o Instituto Brookings, um centro de pesquisas dos EUA. Sem casamento, a chance de uma mulher ter filhos diminui ainda mais.
Segundo o Instituto Brookings, um estudo de 2014 concluiu que os sul-coreanos poderiam enfrentar a extinção natural em 2750. Isso aconteceria se a taxa de natalidade fosse mantida em 1,19 filhos por mulher, se não houvesse reunificação com a Coreia do Norte ou entrada significativa de imigrantes.
De acordo com essa simulação, a atual população da Coreia do Sul, de 50 milhões, poderia cair para 20 milhões até o final do século. A segunda maior cidade, Busan, seria extinta em 2413, enquanto a capital, Seul, desapareceria em 2505.
No entanto, há outro fator a ser considerado. Muitas famílias coreanas são etnicamente misturadas. Geralmente, o pai é coreano e a mãe é chinesa, vietnamita ou filipina. A taxa de natalidade das crianças de mães imigrantes é maior do que a de mulheres coreanas.
Segundo o instituto, o governo sul-coreano planeja fazer livros didáticos com imagens de crianças multirraciais para incentivar o crescimento da população.
Naturalmente, ninguém espera que os sul-coreanos sejam mesmo extintos daqui a 735 anos. A afirmação do Instituto Brookings é só uma maneira dramática de ilustrar o encolhimento da população da Coreia do Sul.
Supor que as tendências atuais vão se manter invariáveis ao longo do tempo é um erro clássico na interpretação de dados estatísticos. Muitas coisas devem mudar nos próximos sete séculos. Logo, a projeção não pode ser levada ao pé da letra.