Tecnologia

Copa do Mundo no Brasil aumentou denúncias contra prostituição na internet

O torneio de futebol aumentou em 192% as denúncias contra paginas de tráfico humano

trafico humano (Wikimedia Commons)

trafico humano (Wikimedia Commons)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de fevereiro de 2015 às 11h39.

A Copa do Mundo foi a responsável pelo aumento de 192,93% nas denúncias ano passado contra páginas na internet de tráfico humano no Brasil, especialmente o recrutamento de mulheres para prostituição, apontou um relatório sobre segurança online divulgado nesta terça-feira (10) em São Paulo.

A associação brasileira SaferNet, que luta contra crimes e violações de direitos humanos na internet, recebeu ano passado 3 084 denúncias anônimas contra páginas que promoviam o tráfico humano, explicou o presidente da entidade, Thiago Tavares, em uma videoconferência.

De acordo com Tavares, a realização da Copa do Mundo no país, entre junho e julho do ano passado, estimulou a criação de páginas de recrutamento para prostituição, que incluíam adolescentes, para as 12 cidades sedes, especialmente São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador e Fortaleza.

As denúncias foram realizadas contra 1.821 páginas hospedadas em 329 hosts diferentes, conectados a internet através de 400 números IPs atribuídos a 20 países de três continentes.

SaferNet também constatou em 2014 um aumento de 34,15% nas denúncias contra páginas racistas e 365,4% nas denúncias de conteúdos xenófobos.

A maioria dessas páginas foram criadas no período eleitoral e nelas foram detectadas especialmente manifestações de ódio contra cidadãos do norte e do nordeste do país.

Para Tavares, o aumento do racismo em entre julho e outubro de 2014 refletiu "a polarização do próprio debate eleitoral".

As regiões norte e nordeste foram consideradas chave para a reeleição da presidente Dilma Rousseff, que venceu uma eleição acirrada por apenas três pontos de vantagem sobre seu adversário, o senador tucano Aécio Neves.

No total, foram recebidas 86 570 denúncias anônimas de racismo na internet e 9 921 de xenofobia, um número que, segundo o presidente da SaferNet, "demonstra que a sociedade brasileira está vigilante e não tolerará manifestações de extremismo e preconceito contra as minorias nas redes sociais".

A pornografia infantil na internet continuou a liderar o ranking de denúncias no Brasil, apesar de terem caído 82% ano passado.

Segundo a SaferNet, a queda das denúncias foi influenciada pela maior cooperação entre os 48 membros de Associação Internacional de Hotlines na Internet (INHOPE), organismo internacional que lidera uma rede contra a pornografia infantil.

O balanço da associação foi apresentado hoje, Dia Internacional da Internet Segura. 90 atividades foram organizadas em todo o país para prevenir jovens e adolescentes sobre os riscos da rede. 

Acompanhe tudo sobre:INFOInternetSexo

Mais de Tecnologia

Bluesky testa recurso de trending topics e promete implementação gradual

Computadores quânticos estão mais perto de nossa realidade do que você imagina

Proibição do TikTok nos EUA pode deixar 'buraco' no setor de compras via redes sociais

Irã suspende bloqueio ao WhatsApp após 2 anos de restrições