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Conto escrito por computador surpreende em concurso japonês

O computador "autor" japonês teve um empurrãozinho de pesquisadores da Universidade do Futuro em Hakodate

Inteligência artificial: esta foi a primeira vez que um texto composto por um computador passou na primeira das quatro fases do concurso (Oli Scarff/Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 30 de março de 2016 às 11h57.

"O computador, dando prioridade à busca pela própria felicidade, parou de trabalhar para os humanos".

É assim que termina o conto "Konpyuta ga shosetsu wo kaku hi" ("O Dia em que um Computador Escreveu um Conto"), escrito por uma inteligência artificial com a ajuda de cientistas humanos.

Apesar de não ter levado o grande prêmio, o texto passou na primeira fase do concurso literário Nikkei Shinichi Hoshi, no Japão, e tem levantado a dúvida: será que os computadores são capazes de criar?

A resposta é: ainda não. Mas estamos quase lá. Hoje, nenhuma inteligência artificial tem autonomia suficiente para criar um trabalho artístico por vontade própria, como os humanos podem fazer.

Por isso, o computador "autor" japonês teve um empurrãozinho de pesquisadores da Universidade do Futuro em Hakodate.

Os cientistas selecionaram palavras e frases que seriam usadas na narrativa, e definiram um roteiro geral da história, que serviria como guia para a inteligência artificial.

A partir daí, o computador criou o texto combinando as frases e seguindo as diretrizes que os cientistas impuseram.

O Nikkei Shinichi Hoshi, que está em sua terceira edição, sempre aceitou trabalhos escritos por "não humanos" - ou seja, por programas e inteligências artificiais (e este fato se torna ainda mais legal sabendo que Shinichi Hoshi, escritor que dá nome ao prêmio, era autor de ficção científica).

O processo deste ano analisou 1.450 contos - 11 deles escritos com inteligência artificial.

Esta foi a primeira vez que um texto composto por um computador passou na primeira das quatro fases do concurso.

O juízes não sabem de antemão quais textos são escritos por humanos e quais são feitos por computadores, o que mostra que o conto estava bem escrito.

"O Dia" só não passou para as próximas etapas porque, de acordo com os juízes, os personagens não foram muito bem descritos, embora o texto estivesse estruturalmente impecável.

A ideia dos cientistas de Hakodate é continuar desenvolvendo a criatividade da AI para que ela se pareça cada vez mais com a humana.

Simular esse tipo de resposta é difícil, porque o computador precisa ter, primeiro, um banco de dados vasto vinculado a uma programação específica para cada tipo de projeto - escrita, pintura, música, desenho e por aí vai.

Alguns passos já foram dados nessa direção: existem programas que escrevem textos informativos sobre economia e esportes, cujas informações são mais diretas, como resultados de competições ou variações na cotação de bolsas de valores.

Pesquisadores nos Estados Unidos também têm desenvolvido programas geradores de discursos políticos, que também seguem uma lógica linear e repetitiva.

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"O computador, dando prioridade à busca pela própria felicidade, parou de trabalhar para os humanos".

É assim que termina o conto "Konpyuta ga shosetsu wo kaku hi" ("O Dia em que um Computador Escreveu um Conto"), escrito por uma inteligência artificial com a ajuda de cientistas humanos.

Apesar de não ter levado o grande prêmio, o texto passou na primeira fase do concurso literário Nikkei Shinichi Hoshi, no Japão, e tem levantado a dúvida: será que os computadores são capazes de criar?

A resposta é: ainda não. Mas estamos quase lá. Hoje, nenhuma inteligência artificial tem autonomia suficiente para criar um trabalho artístico por vontade própria, como os humanos podem fazer.

Por isso, o computador "autor" japonês teve um empurrãozinho de pesquisadores da Universidade do Futuro em Hakodate.

Os cientistas selecionaram palavras e frases que seriam usadas na narrativa, e definiram um roteiro geral da história, que serviria como guia para a inteligência artificial.

A partir daí, o computador criou o texto combinando as frases e seguindo as diretrizes que os cientistas impuseram.

O Nikkei Shinichi Hoshi, que está em sua terceira edição, sempre aceitou trabalhos escritos por "não humanos" - ou seja, por programas e inteligências artificiais (e este fato se torna ainda mais legal sabendo que Shinichi Hoshi, escritor que dá nome ao prêmio, era autor de ficção científica).

O processo deste ano analisou 1.450 contos - 11 deles escritos com inteligência artificial.

Esta foi a primeira vez que um texto composto por um computador passou na primeira das quatro fases do concurso.

O juízes não sabem de antemão quais textos são escritos por humanos e quais são feitos por computadores, o que mostra que o conto estava bem escrito.

"O Dia" só não passou para as próximas etapas porque, de acordo com os juízes, os personagens não foram muito bem descritos, embora o texto estivesse estruturalmente impecável.

A ideia dos cientistas de Hakodate é continuar desenvolvendo a criatividade da AI para que ela se pareça cada vez mais com a humana.

Simular esse tipo de resposta é difícil, porque o computador precisa ter, primeiro, um banco de dados vasto vinculado a uma programação específica para cada tipo de projeto - escrita, pintura, música, desenho e por aí vai.

Alguns passos já foram dados nessa direção: existem programas que escrevem textos informativos sobre economia e esportes, cujas informações são mais diretas, como resultados de competições ou variações na cotação de bolsas de valores.

Pesquisadores nos Estados Unidos também têm desenvolvido programas geradores de discursos políticos, que também seguem uma lógica linear e repetitiva.

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