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Como a Netshoes se preparou para a Black Friday deste ano

Toda a empresa, desde a equipe de TI até o time de entrega, está se preparando para o evento há alguns meses

 (Marina Demartini/Site Exame)

(Marina Demartini/Site Exame)

Marina Demartini

Marina Demartini

Publicado em 22 de novembro de 2016 às 05h55.

Última atualização em 6 de dezembro de 2016 às 09h52.

São Paulo – A Black Friday será nesta sexta-feira (25), mas a Netshoes está se preparando para o evento desde o ano passado. “É igual ao Carnaval: acaba um, nós já começamos a pensar no samba-enredo do próximo”, brinca Graciela Tanaka, diretora de operações da Netshoes, em visita que EXAME.com fez ao centro de distribuição da empresa em Barueri, interior de São Paulo.

Além da Black Friday, a Netshoes também se mobilizou para a Black November. O evento é uma espécie de "Black Friday estendida", que dura todo o mês de novembro. Para este ano, foram abertas 600 vagas nos três centros de distribuição da companhia espalhados em Minas Gerais, Pernambuco e São Paulo.

“O pessoal trabalha 24 horas por dia, sete dias por semana para dar o melhor atendimento para os nossos clientes”, conta Tanaka. Durante a Black November, dois milhões de produtos são ofertados tanto no site quanto no aplicativo da Netshoes.

Aliás, a empresa irá manter o serviço de navegação grátis pelo app, em que o usuário não consome a franquia de dados quando está à procura de um item. Essa medida foi tomada pela empresa antes da regulamentação do Marco Civil da Internet e beneficia clientes das operadoras Claro, Oi ,TIM, e Vivo. Além de afetar o usuário, a ação também refletiu nos números da empresa. Em comparação com a Black Friday de 2014, o evento de 2015 teve um aumento de 464% no número de pedidos via mobile.

Como espera uma cifra ainda maior neste ano, a empresa começou a preparar seu time de TI desde setembro. André Petenussi, diretor de tecnologia da Netshoes, disse a EXAME.com que a equipe precisa cuidar de 24 sites, entre lojas próprias e de parceiros, nos três países em que a empresa está presente. “Cada país tem um dia específico para a Black Friday, por isso precisamos começar cedo para aliar as datas de forma eficiente”.

Uma série de testes é feita em todas as aplicações durante esse período pré-Black November. “Geralmente, nós pegamos um ambiente de baixa revenda, simulamos uma carga grande nele, como se milhares de clientes estivessem acessando”, explica Petenussi. “Com isso, conseguimos ver quais pontos das aplicações degradam a performance”.

Outro foco da equipe é reduzir o consumo das máquinas durante a Black November e a Black Friday. Para isso, um data center extra está sendo utilizado. “Não queríamos apenas ampliar a capacidade computacional, mas também otimizar a utilização desses recursos”, aponta o diretor de tecnologia.

Ele ainda adiciona que os dois eventos servem para avaliar o desempenho anual da Netshoes. “Esse tipo de planejamento já virou rotina para a TI. Normalmente, precisamos fazer esses testes e aumentar o nosso poder computacional com mais servidores todo ano”, conta.

Mesmo com toda essa preparação, a Netshoes também possui planos de desastre para que os consumidores não fiquem na mão. Assim, na hipótese de que o site caia durante a Black Friday, o time de TI já criou alternativas para que a plataforma continue funcionando. “Todo o ambiente que desenvolvemos é altamente redundante. Isso significa, por exemplo, que conseguimos redirecionar todo o tráfego de um data center para outro rapidamente”.

Em último caso, o sistema irá criar uma fila para que os clientes esperem para entrar na loja. “Nós não usamos esse recurso no ano passado e tenho convicção de que não utilizaremos neste ano”, crava o diretor de tecnologia. Segundo ele, a Black Friday deste ano será a melhor de todos os tempos. “O começo da Black November já mostra isso.”

Dentro do centro de distribuição

A organização da Netshoes para a Black Friday vai muito além da TI. Na realidade, ela começa quando os produtos chegam aos centros de distribuição para serem fotografados. Só em Barueri, a empresa tem oito estúdios, onde é possível fazer ensaios de moda, fotografias de produtos e até imagens em 360 graus.

“Entre 700 e 1.200 itens são fotografados diariamente em nossos estúdios”, fala Tatiana Zamparini, gerente do estúdio. Segundo ela, há 30% a mais de volume de produtos na Black Friday em comparação com o resto do ano. “É similar à troca de coleção, que acontece todo semestre”, compara.

Depois que as imagens são feitas, os produtos são levados para a inspeção de qualidade. Zamparini explica que cada roupa utilizada nos estúdios é lavada, passada e embalada antes de voltar ao estoque. Quando o produto é escolhido, ele é conferido novamente e, devido ao sistema criado pela Netshoes, não é colocado na seção errada. Caso o funcionário cometa um equívoco, a própria máquina nega seu acesso à próxima parte to processo.

Na área de embalagem, além dos 100 funcionários, duas máquinas foram adquiridas para agilizar o processo. Cada uma embala 22 pedidos por minuto e é preciso apenas quatro pessoas para operar as duas embaladoras, segundo a empresa.

Para que todos os itens cheguem aos seus destinos finais, a Netshoes trabalha com 20 parceiros logísticos. Existem postos avançados de cada uma das transportadoras dentro dos centros. Desse modo, o produto não precisa passar pelo centro de operações da transportadora antes de ser enviado para o consumidor. “Essa aproximação com os parceiros diminuiu a data de entrega em um dia”, lembra Graciela Tanaka.

No total, o processo de realizar a compra até a entrega do produto para a transportadora leva cerca de duas horas. Aliás, 91,7% dos pedidos feitos na Black Friday do ano passado foram aprovados em até dois minutos. “Queremos oferecer a melhor experiência de compra para o cliente em todos os setores, do começo ao fim”, finaliza Tanaka.

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