Tecnologia

Como velhas tecnologias ajudam na caça ao avião da Malaysia

Criada na Guerra Fria, a técnica de groundbreaking foi essencial para apontar que rumo tomou o Boeing 777 da Malaysia Airlines após perder contato com a torre


	Boeing 777 da Malaysia Airlines desaparecido em foto de 2011: avião teria caído no sul do Índico
 (Wikimedia/Laurent ERRERA)

Boeing 777 da Malaysia Airlines desaparecido em foto de 2011: avião teria caído no sul do Índico (Wikimedia/Laurent ERRERA)

DR

Da Redação

Publicado em 27 de março de 2014 às 16h22.

São Paulo - Quando o voo MH370 da Malaysia Airlines decolou de Kuala Lumpur, na Malásia, com destino a Pequim às 0h41 do último dia 8 de março com 289 pessoas a bordo, ninguém poderia imaginar que começava ali um dos maiores mistérios da história recente da aviação.

Uma hora após a decolagem, o Boeing 777 perdeu o contato com a torre - quando sobrevoava o Golfo da Tailândia. Dezenove dias depois, ainda não se sabe ao certo o que aconteceu e, desde então, o único fato concreto é que o avião desapareceu.

Na última segunda, a empresa britânica Inmarsat afirmou que o avião da Malaysia Airlines pode ter caído numa região na parte sul do Oceano Índico. Por trás desta afirmação, está escondida uma tecnologia dos tempos da Guerra Fria - que terminou sendo a mais eficaz para localizar a aeronave.

Groundbreaking

Em 1957, a União Soviética enviou ao espaço Sputnik, o primeiro satélite artificial. Na ocasião, cientistas americanos perceberam que era possível saber a localização do objeto por meio do sinal que ele enviava. A técnica foi batizada de groundbreaking.

O groundbreaking se baseia no chamado Efeito Doppler. Descrito pela física, o fenômeno consiste na compressão e aumento de frequência sofrido por uma onda enviada por um objeto em movimento quando ela se aproxima de alguém.

É o efeito Doppler que está por trás da sensação de mudança no som à medida que um carro de corrida se aproxima, por exemplo. No caso da Malaysia Airlines, ele foi considerado pela Inmasat na conta feita para localizar o avião a partir dos sinais enviados por ele.

Sinais

A Inmasat conta com vários satélites espalhados pela órbita da Terra. Juntos, eles formam uma rede usada para o monitoramento de navios e aviões. Mesmo depois de deixar de se comunicar com a torre, o Boeing 777 da Malaysia seguiu mantendo contato com este sistema.

Ao todo, o avião enviou seis sinais após seu desaparecimento. Eles foram captados pelo satélite Inmasat-3 e, analisados, serviram para o cálculo da possível localização do avião - que considerou ainda a velocidade do veículo e dados de outras aeronaves que voavam naquele dia.

Por fim, chegou-se à conclusão de que o avião da Malaysia Airlines estava voando em direção ao sul do Oceano Índico quando enviou o último sinal registrado, às 8h11 do horário local da Malásia no dia 8 de março. Agora, as buscas se baseiam nestes cálculos para tentar localizar o avião.

Segundo dados do Ministério dos Transportes da Malásia, 60 mil quilômetros quadrados foram varridos hoje por nove aviões e seis navios até às 11h40 da hora local - quando o mau tempo levou à interrupção das buscas.

Ao todo, satélites do govenro malaio localizaram 122 objetos identificados como potenciais destroços do Boeing. Já um satélite tailandês identificou 300 objetos flutuando no Oceano Índico.

Acompanhe tudo sobre:acidentes-de-aviaoAviaçãoBoeing 777LocalizaçãoMalásiaMapasSetor de transporteVoo MH370

Mais de Tecnologia

EUA impõem novas restrições emchips avançados da TSMC para clientes chineses, diz agência

Tencent e Visa lançam pagamento por palma da mão em Cingapura; primeiro mercado fora da China

Mídia programática com influenciadores: o plano da BrandLovrs para distribuir R$ 1 bi em 4 anos

Canadá ordena fechamento do escritório do TikTok, mas mantém app acessível