Renato Bolzan: presidente da Invillia revelou planos para a abertura de capital (Invilla/Divulgação)
Rodrigo Loureiro
Publicado em 11 de fevereiro de 2021 às 08h00.
Última atualização em 11 de fevereiro de 2021 às 11h40.
Após crescer mais de 70% no ano passado, a Invillia, empresa de tecnologia fundada 2003 e que atua com processos de inovação para clientes como Via Varejo, iFood, Gympass, Mastercard, entre outros, já está planejando sua entrada no mercado de capitais abertos. Em entrevista exclusiva para a EXAME, Renato Bolzan, presidente da companhia, declarou que o processo pode ocorrer já neste ano.
A Invillia funciona como uma consultoria de inovação. A companhia auxilia na criação de produtos e serviços que possam atender às demandas de cada um de seus 35 clientes. Podem ser necessidades externas ou mesmo internas, como a criação de um sistema para facilitar o trabalho remoto, por exemplo.
Foi justamente isso que foi feito para a Via Varejo, uma das principais clientes da empresa. O desafio era criar uma plataforma que possibilitasse uma maior integração entre os funcionários que trabalham num esquema híbrido. Já para o iFood, a Invillia auxiliou no plano da startup para criar seu próprio vale-refeição. O diferencial é que todo o serviço é digitalizado, sem a necessidade de um cartão físico.
A pandemia que travou o mundo, impulsionou a digitalização e acelerou os negócios. O faturamento que já havia crescido 50% em 2019, para 88 milhões de reais, somou 150 milhões de reais no ano passado. A alta de 70% se dá justamente pela necessidade de inovação das empresas para ganhar dinheiro em um ano atípico. Para 2021, a previsão é crescer 77%.
Com sede em Araraquara, no interior paulista, a Invillia ganhou o mundo. Já são mais de 750 empregados em sete países. “A pandemia nos ajudou muito a crescer porque já tínhamos um modelo de trabalho remoto criado ainda em 2017 e que foi ampliado nos últimos anos”, diz Bolzan. Havia um plano de transferir a sede para Luxemburgo, mas que ainda não saiu do papel.
A expansão internacional começou por Portugal e já se expandiu para Reino Unido, Holanda e México. O desembarque nos Estados Unidos está no radar e deve acontecer ainda neste ano. A meta é de que a fatia da receita obtida com os negócios no exterior passe de 5% para 20% em 2021.
Por este motivo, o plano de abertura de capital deve ocorrer bem longe dos balcões da B3. Ao contrário de outras empresas de tecnologia que invadiram a bolsa de valores brasileira nos últimos anos, casos de companhias já consolidadas como Locaweb, Mosaico e Intelbras, a ideia é abrir capital no exterior como mais um esforço para consolidar a empresa no mercado internacional.