Com Jackie Chan e jogos, Shopee é app de compras mais instalado do Brasil
Entre Magalu, Mercado Livre e outras gigantes do setor, o app conquistou os usuários com seus preços baixos e games com cupons; estimativa é que o e-commerce tenha faturado 12 bilhões de reais em 2020
Laura Pancini
Publicado em 30 de agosto de 2021 às 12h10.
Última atualização em 30 de agosto de 2021 às 14h58.
Jackie Chan falando em português e jogos com cupons: é essa a fórmula de sucesso da plataforma de comércio eletrônico Shopee no Brasil . Pertencente à empresa singapurense Sea Group, o e-commerce se tornou o aplicativo voltado para compras mais baixado do país em apenas dois anos no mercado.
Entre Magalu , Mercado Livre e outras gigantes do setor, o app conquistou os usuários com seus preços baixos e o game in-app, jogos dentro da plataforma que oferecem cupons exclusivos para os vencedores. A tática inovadora é graças à Garena, provedora de jogos para smartphones que já distribuiu títulos como Free Fire, FIFA e League of Legends e que faz parte do grupo Sea.
A pandemia do coronavírus também foi fator essencial para o sucesso da plataforma no país e afora. Só em 2020, as vendas do e-commerce tiveram um aumento de 42%, chegando a 42 bilhões de dólares, segundo dados da empresa brasileira de pagamentos EBANX.
Porém, apesar do sucesso em números de instalação e tempo de uso, a Shopee ainda está perdendo dinheiro e é bastante dependente dos lucros da Garena, que teve lucro ajustado de 740,9 milhões de dólares enquanto o e-commerce perdeu 579,8 milhões.
Há poucos dados sobre a Shopee no Brasil, mas uma estimativa feita por analistas do Itaú BBA e publicada pela Reuters coloca os bens e serviços vendidos no e-commerce na casa dos 12 bilhões de reais somente em 2020. Para chegar nesta conclusão, levou-se em consideração que o preço médio de cada venda é de 40 reais—menos de 1/3 do preço do Mercado Livre.
A expansão da Shopee no Brasil é apenas o começo do crescimento global que o Sea Group planeja ter. Uma fonte anônima disse à Reuters que o braço de investimentos da empresa, a Sea Capital, considera investir em startups na América Latina, mas o e-commerce não teve tanto destaque em países como Chile, Colômbia e México quanto em solo brasileiro.
No momento, o maior desafio da empresa no Brasil é a entrega. Recentemente, ela passou a favorecer transportadoras privadas ao invés de contar com os Correios, mas ainda pretende ter um parceiro principal para competir com a concorrência.
O Mercado Livre, por exemplo, conta com oito centros logísticosfulfillment, o que permite entregar a 2.100 cidades em até 24h. Nas entregas no mesmo dia, são 50 cidades que representam 20% das compras.
A expectativa da Shopee é que o crescimento do e-commerce no Brasil leve a mais parcerias de entrega.Em entrevista à Reuters, o diretor corporativo do grupo, Yanjun Wang, chamou o Brasil de "um bom mercado para investimentos contínuos".
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