Com enchentes, 4,6 mil pessoas deixam suas casas no RS
Nos 52 municípios atingidos pelo fenômeno, 1.609 pessoas foram encaminhadas para abrigos públicos
Da Redação
Publicado em 28 de junho de 2014 às 14h55.
Cinco dias de chuva intensa elevaram o nível dos rios, provocaram inundações e forçaram 4.675 pessoas a deixarem suas casas no noroeste do Rio Grande do Sul. O balanço, divulgado pela Defesa Civil no final da tarde desta sexta-feira, 27, informa que o Rio Uruguai, divisa natural do Estado com Santa Catarina e fronteira natural com a Argentina, está 18 metros acima do normal.
Nos 52 municípios atingidos pelo fenômeno, 1.609 pessoas foram encaminhadas para abrigos públicos como ginásios de esportes, salões comunitários e escolas, e outras 3.066 conseguiram se transferir temporariamente para a casa de parentes e amigos.
As prefeituras de Vicente Dutra, Erval Grande e Barão do Cotegipe solicitaram ao governo do Estado a homologação da situação de emergência e outras vão recorrer à mesma medida nos próximos dias. Uma das situações mais graves é a de Iraí, onde a prefeitura calcula que 1,2 mil pessoas estão fora de suas casas. Também há centenas de desabrigados em Nonoai e Porto Xavier, entre outros municípios da região.
A ponte sobre o Rio Uruguai, entre Iraí e Palmitos, em Santa Catarina, foi interditada durante o dia. Outras passagens pelo, como entre Nonoai (RS) e Chapecó (SC) e Erechim (RS) e Concórdia (SC), correm o risco de ficar abaixo da água. Em Porto Mauá e Porto Xavier, o transporte de balsas para o lado argentino da fronteira foi suspenso. A enchente do Uruguai deve chegar a cidades como São Borja, Itaqui e Uruguaiana à medida em que as águas forem descendo para a foz.
O grande volume de chuva no noroeste do Rio Grande do Sul, oeste de Santa Catarina e sudoeste do Paraná, com acumulados de até 360 milímetros em cinco dias, é resultado do deslocamento de umidade da Amazônia para o sudeste do continente sul-americano. A previsão para os próximos dias indica perspectiva de chuva até segunda-feira. O volume tende a ser menor, o que pode até fazer que as águas baixem nas cabeceiras dos rios. Mas permanece a preocupação com o escoamento das águas, que podem inundar regiões mais baixas.