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Da Redação
Publicado em 18 de agosto de 2010 às 14h25.
Nova York - O programador Jacob Appelbaum, colaborador do site Wikileaks, passou por um interrogatório de três horas no aeroporto de Newark, em Nova Jersey, após retornar de uma viagem ao exterior, segundo o jornal "The New York Times".
No último dia 25, o Wikileaks divulgou mais de 90 mil documentos secretos americanos sobre a guerra do Afeganistão.
Em entrevista ao diário nova-iorquino, Appelbaum disse que agentes do Serviço de Alfândegas americano quiseram saber sobre sua colaboração com o Wikileaks e seu fundador, Julian Assange.
Segundo Appelbaum, os agentes não deixaram que entrasse em contato com seu advogado. Além disso, ameaçaram o programador com a possibilidade de detê-lo sempre que voltasse aos EUA com a intenção de submetê-lo a mais perguntas.
"Questionaram minha capacidade de voltar a entrar nos Estados Unidos, apesar de eu ser um cidadão americano. É muito perturbador pensar que, a cada vez que eu cruzar a fronteira, serei tratado dessa maneira", declarou Appelbaum, que disse viajar ao exterior a negócios duas vezes por mês.
Segundo o programador, os agentes apreenderam seu laptop e três celulares e se negaram a devolver os telefones após o interrogatório.
Appelbaum trabalha para a Tor Projects, fabricante de um software que permite aos internautas se comunicar de forma anônima na rede. Ele é colaborador do Wikileaks há meses e, segundo relatou ao "NYT", participou de uma conferência telefônica do site no lugar de Assange.
Segundo Appelbaum, seu trabalho no Wikileaks não tem a ver com o exame dos documentos que o site recebe por meio de vazamentos.