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Cobrança extra em loja de aplicativos de Google e Apple é criticada

Reclamações e escrutínio dos órgãos reguladores ameaçam minas de ouro de empresas de tecnologia

. (Aly Song/Reuters)

Lucas Agrela

Publicado em 23 de agosto de 2018 às 17h47.

Uma reação contra as lojas de aplicativos da Apple e do Google está ganhando força, com um número cada vez maior de empresas dizendo que as gigantes da tecnologia estão cobrando impostos muito altos por conectar os consumidores com os produtos dos desenvolvedores.

A Netflix e as fabricantes de videogames Epic Games e Valve são algumas das empresas que recentemente tentaram evitar as lojas de aplicativos ou reclamaram do custo dos pedágios cobrados pela Apple e pelo Google.

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Reclamar do aspecto econômico das lojas de aplicativos não é novidade. Mas o número de reclamações, combinado com novas formas de chegar aos usuários, o escrutínio dos órgãos reguladores e a pressão competitiva, está ameaçando minar o que se tornou uma mina de ouro digital para a Apple e o Google.

“Parece que algo está borbulhando aqui”, disse Ben Schachter, analista da Macquarie. “Está ficando muito caro. Eles simplesmente não querem pagar bilhões para a Apple e o Google.”

"Impostos"

A Apple e o Google lançaram suas lojas de aplicativos em 2008 e logo se transformaram em mercados poderosos que conectavam as criações de milhões de desenvolvedores independentes com bilhões de usuários de smartphones. Em troca, as empresas ficam com até 30 por cento do dinheiro que os consumidores pagam para os desenvolvedores.

Durante a maior parte da década, as empresas foram elogiadas por ajudar a construir uma economia de aplicativos que, segundo projeções, deve crescer para US$ 157 bilhões em 2022, contra US$ 82 bilhões no ano passado. No entanto, mais recentemente, os smartphones e os aplicativos se tornaram tão importantes para conectar os clientes que essas lojas de aplicativos foram criticadas por ficarem com uma parte muito grande da recompensa. Em vez de apoiar a inovação, a Apple e o Google estão sendo descritas como coletoras de impostos que inibem o fluxo de dinheiro entre criadores e consumidores.

“Elas são muito agressivas para se certificar de que as empresas não estão tentando contornar o faturamento”, disse Alex Austin, cofundador da empresa de dispositivos móveis Branch. “Elas têm equipes inteiras revisando esses fluxos para garantir a cobrança do imposto.”

As queixas contra os impostos das lojas de aplicativos cresceram em 2015, quando a Apple e o Google investiram mais profundamente no negócio dos conteúdos digitais, tornando-se rivais e não apenas parceiras de distribuição digital. Em 2015, a empresa de streaming de música Spotify Technology começou a enviar e-mails aos clientes para que eles cancelassem as assinaturas adquiridas por meio da loja de aplicativos da Apple.

Uma porta-voz do Google preferiu não comentar. Em defesa do modelo de loja de aplicativos, a Apple e o Google ressaltaram a capacidade de filtrar aplicativos falsos e software malicioso e de distribuir amplamente os aplicativos. As empresas lidam com os detalhes de identificação e pagamento, o que elimina o atrito no processo de inscrição. A promoção dentro de suas lojas de aplicativos pode mudar o destino de uma empresa de um dia para o outro.

“Se você tem uma empresa pequena e promissora, não é possível vender assinaturas para dispositivos móveis na internet”, disse Austin, o cofundador da Branch. “Eliminar o imposto da loja de aplicativos reduziria a última barreira para uma grande parte das empresas.”

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