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Cidades costeiras têm mais riscos de perder com inundações

Paris - As 136 maiores cidades costeiras do mundo correm um risco de sofrer perdas anuais combinadas de US$ 1 trilhão com enchentes até 2050 a menos que melhorem...

Miami (Wikimedia Commons)

Miami (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 3 de setembro de 2013 às 13h26.

Paris - As 136 maiores cidades costeiras do mundo correm um risco de sofrer perdas anuais combinadas de US$ 1 trilhão com enchentes até 2050 a menos que melhorem drasticamente suas defesas, alertou um estudo.

As perdas atuais são de US$ 6 bilhões ao ano, e quatro cidades - Miami, Nova York e Nova Orleans, nos Estados Unidos, e Guangzhou, na China - respondem por 43% dos custos, destacou a pesquisa, publicada na edição deste domingo da revista Nature Climate Change.

O economista Stephane Hallegatte, do Banco Mundial, e seus colegas criaram cenários de risco de perdas com base no crescimento populacional das cidades, em diferentes níveis de elevação dos oceanos, em modernizações dos sistemas de proteção e na subsidência, ou seja, o afundamento de áreas superficiais frequentemente vinculada à extração de petróleo ou outros recursos.

Assumindo que as cidades vão melhorar sua proteção para manter o risco de inundações nos níveis atuais e baseados puramente no crescimento projetado das populações das cidades e nos bens acumulados localmente, a equipe alertou para um crescimento nove vezes maior em perdas até US$ 52 bilhões ao ano até 2050.

Quando a equipe acrescentou os efeitos da subsidência e da elevação do nível do mar induzida pelo clima, a cifra cresce entre US$ 60 e US$ 63 bilhões ao ano.

"Sem adaptações (de proteção contra enchentes), o aumento projetado de perdas médias até 2050 é enorme, com perdas agregadas aumentando para mais de US$ 1 trilhão por ano", segundo o pior cenário projetado, destacou.

No entanto, até mesmo a melhor proteção adotada no mundo não eliminaria os riscos, advertiu o estudo.

Embora diques mais elevados sejam capazes de reduzir as inundações, a magnitude das perdas registradas quando elas ocorrem continuará a crescer.

"Temos cada vez mais pessoas dependentes destas proteções. Isto significa que se tivermos o rompimento de um dique, havendo mais pessoas atrás dele, teremos catástrofes maiores", explicou Hallegatte à AFP.

Com a melhora da proteção, as cidades com as maiores perdas anuais projetadas até 2050 seriam a chinesa Guangzhou (US$ 13,2 bilhões), as indianas Mumbai (US$ 6,4 bilhões) e Calcutá (US$ 3,4 bilhões), a equatoriana Guayaquil (US$ 3,2 bilhões) e Shenzhen (US$ 3,1 bilhões), também na China.

A sexta da lista seria Miami, com perdas anuais projetadas de US$ 2,5 bilhões, seguida de Tianjin na China, com US$ 2,3 bilhões, Nova York, com US$ 2 bilhões, Cidade Ho Chi Minh, no Vietnã, com US$ 1,9 bilhão, e Nova Orleans, com US$ 1,9 bilhão.

De acordo com Hallegatte, sua equipe estima que seriam necessários cerca de US$ 50 bilhões ao ano para intensificar a proteção contra enchentes nas 136 cidades mencionadas no estudo, um cifra "muito abaixo" das perdas estimadas.

"Fracassar na adaptação não é uma opção viável para as cidades costeiras", ressaltou o estudo.

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