Tecnologia

CIA pede desculpas por espionar funcionários do Senado dos EUA

Pedido veio depois de o órgão admitir ter espionado computadores pertencentes a funcionários do citado comitê

brennan (EFE)

brennan (EFE)

DR

Da Redação

Publicado em 31 de julho de 2014 às 18h25.

O diretor da CIA, John Brennan, pediu desculpas nesta quinta-feira aos líderes da Comissão de Inteligência do Senado dos Estados Unidos, após admitir ter espionado computadores pertencentes a funcionários do citado comitê.

"Alguns funcionários da CIA atuaram de forma inconsistente com o acordo alcançado entre o Comitê (de Inteligência do Senado) e a CIA no ano de 2009" sobre o acesso à rede de computadores conhecida como RDINet, disse nesta quinta-feira em comunicado o porta-voz da agência de inteligência, Dean Boyd.

A rede RDINet estava reservada exclusivamente para que analistas da Comissão de Inteligência do Senado pudessem revisar documentos da CIA como parte de sua pesquisa sobre a tortura por parte da agência de espionagem e inteligência.

Boyd afirmou no comunicado que Brennan solicitou desculpas à presidente do comitê, a republicana Dianne Feinstein, assim como a seu vice-presidente, o republicano Saxby Chambliss.

Feinstein acusou a agência em março de violar os limites impostos pela Constituição ao espionar o Senado. A polêmica surgiu por conta do uso de controversos processos de interrogação a suspeitos de terrorismo, incluindo a asfixia simulada, durante a presidência de George W. Bush (2001-2009).

Feinstein acusou a CIA de destruir documentos sobre o programa de interrogações e a agência de espionagem, por sua vez, culpou o comitê dirigido pela senadora democrata pela Califórnia de subtrair indevidamente documentos do sistema RDINet.

Segundo a senadora, Brennan contou que a CIA tinha invadido computadores do comitê para ver se algum de seus membros tinha extraído da rede da agência um relatório interno sobre os polêmicos procedimentos de interrogação.

O senador democrata Mark Udall, membro também do Comitê de Inteligência, disse nesta quinta-feira ter perdido a confiança em Brennan.

"Perdi a confiança em John Brennan", afirmou Udall, que insistiu que a espionagem de computadores de membros do Senado "não tem precedentes" e lamentou que Brennan tenha se negado a reconhecer o erro por parte da agência.

O chefe da CIA disse em março, quando o assunto foi divulgado, que quando fossem revelados os fatos demonstraria que "muitas pessoas" que asseguravam que a agência tinha espionado membros do Senado estavam "equivocadas".

Acompanhe tudo sobre:EspionagemEstados Unidos (EUA)INFONSAPaíses ricos

Mais de Tecnologia

WhatsApp volta ao normal depois de parar de funcionar em vários países

Pequim anuncia plano para avanço em inteligência incorporada

WhatsApp fora do ar? App de mensagens apresenta instabilidade nesta sexta-feira

Google faz novos cortes de funcionários e atinge setores de IA, Cloud e segurança