Agência de notícias
Publicado em 1 de setembro de 2024 às 09h51.
A rede social X foi bloqueada no Brasil a partir deste sábado, 31, por ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. A decisão ocorreu após a plataforma não indicar um representante legal no país, como determinado pelo Tribunal.
O Brasil, porém, não é o primeiro lugar a ter a plataforma suspensa em seu território. Veja oito outros países que também não permitem a rede social e entenda quando ela foi proibida.
O X ainda se chamava Twitter e era pouco conhecido no mundo quando a China o proibiu em junho de 2009, dois dias antes do 20º aniversário da repressão às manifestações pró-democracia na Praça da Paz Celestial. Os chineses aprenderam a viver sem ele e utilizam amplamente as plataformas nacionais Weibo e WeChat.
Uma onda de manifestações após as eleições presidenciais de junho de 2009, cujo resultado foi questionado, levou à proibição do X, que segue vigente 15 anos depois. Entretanto, a rede social foi utilizada para difundir, fora das fronteiras iranianas, os movimentos de protesto do país, como o que surgiu contra a repressão às mulheres no segundo semestre de 2022.
Um dos países mais isolados do mundo, a ex-república soviética situada na Ásia Central começou a bloquear o X no início da década de 2010, junto com diversos outros serviços e sites estrangeiros. A navegação por internet, proporcionada exclusivamente pela empresa estatal TurkmenTelecom, é monitorada pelas autoridades.
Depois de estender as mãos aos estrangeiros interessados no país ao abrir sua conta no X em 2010, a Coreia do Norte bloqueou a rede social em abril de 2016, junto com Facebook, YouTube e sites de apostas e pornografia. O acesso à internet, fora dos poucos sites governamentais, é estritamente controlado por este regime autárquico, que o reserva a alguns poucos responsáveis.
O X é inacessível desde fevereiro de 2021, já que foi proibido devido aos protestos contra o golpe militar que derrubou o governo civil de Aung San Suu Kyi. Desde então, a junta no poder se mantém firme no controle de internet.
Moscou começou a restringir o acesso ao X a partir de 2021, denunciando a difusão de "conteúdos ilegais". Depois, o acesso foi formalmente bloqueado a partir de março de 2022, logo após o início da invasão da Ucrânia por parte do Exército russo. Entretanto, muitos russos continuam utilizando o X através de serviços de VPN, que permitem contornar a proibição.
A plataforma X está proibida desde as eleições legislativas de fevereiro de 2024. O governo paquistanês, apoiado pelo Exército, alega razões de segurança. No X foram difundidas amplamente acusações de fraude em prejuízo de um partido da oposição, o do ex-primeiro-ministro Imran Khan, que está preso.
O presidente Nicolás Maduro, reeleito em julho apesar dos questionamentos, ordenou em 9 de agosto a suspensão do X durante 10 dias, enquanto se desenvolviam violentos protestos em todo o país. Apesar de o prazo já ter expirado, a proibição continua em vigor.