China busca maior parceria em pesquisa com Brasil
Em visita à FAPESP, embaixador da China no Brasil afirma a necessidade de intensificar a cooperação científica entre os dois países
Da Redação
Publicado em 9 de setembro de 2013 às 10h18.
São Paulo – O embaixador da China no Brasil, Li Jinzhang, visitou a FAPESP na sexta-feira (06/09), acompanhado da conselheira política da embaixada em Brasília, Tian Min, e do adido civil da representação chinesa no Brasil, Deng Huan.
A crescente e estratégica aproximação entre os dois países nas áreas de ciência e tecnologia esteve na pauta de discussões.
A necessidade de aproximação entre pesquisadores brasileiros e chineses e os benefícios mútuos que essa cooperação poderá trazer ao conhecimento acumulado pelos dois países também foram tema das conversas.
Para o embaixador, China e Brasil compartilham diversos pontos em ciência e tecnologia. “Os governos e diversos setores da sociedade dos dois países consideram a ciência e a tecnologia pontos cruciais para o desenvolvimento da sociedade. É natural buscarmos aproximações nessa área, embora nossos sistemas de ciência e tecnologia sejam diferentes”, disse Jinzhang à Agência FAPESP.
Ele observou que, nos últimos anos, a China aumentou os investimentos em ciência, tecnologia e educação, o que fez com que outros setores da sociedade chinesa percebessem os resultados desses investimentos, passando a apoiá-los como prioridade. Isso explicaria, segundo ele, a significativa participação das empresas no desenvolvimento científico e tecnológico do país.
“Para encorajar ainda mais esses investimentos, a China estabeleceu uma série de parques de desenvolvimento de ciência e tecnologia em diferentes regiões do país e, a fim de facilitar as pesquisas, passou a dar incentivos, em todos os níveis de governo, às instituições de pesquisa, universidades e empresas, em todas as áreas."
Durante a visita do embaixador à Fundação estiveram presentes Celso Lafer, presidente da FAPESP, Eduardo Moacyr Krieger, vice-presidente do Conselho Superior da Fundação, e José Arana Varela, diretor-presidente do Conselho Técnico-administrativo da FAPESP. Também acompanharam a visita Hernan Chaimovich, assessor especial da Diretoria Científica, Marcelo Knobel, Coordenação Adjunta de Colaborações em Pesquisa, e Carlos Eduardo Lins da Silva, consultor em Comunicação da Fundação.
Investimento e cooperação
Como resultado dos grandes investimentos chineses em ciência e tecnologia, o embaixador da China no Brasil destacou o grande número de patentes registradas por seu país. De acordo com ele, os chineses já estão entre os maiores do mundo também nesse quesito.
Para Jinzhang, algumas áreas de pesquisa interessam especialmente à China para a realização de futuras parcerias. “O Brasil possui know-how em diversos setores, com pesquisas de ponta nas áreas de aviação civil, aeroespacial, agricultura, nanotecnologia e energias alternativas. Ambos os países têm interesses nessas áreas e há colaboração, inclusive, entre laboratórios que já atuam conjuntamente.”
No caso do Estado de São Paulo, o embaixador da China frisou que considera o estado não apenas o coração da economia brasileira, mas também da pesquisa, da ciência e da tecnologia. “Após esse contato inicial, esperamos contribuir para que as instituições acadêmicas e de pesquisa paulistas possam encontrar novas formas de cooperação com as instituições congêneres chinesas”, disse.
A discussão, segundo o embaixador, deve considerar também a cooperação para a pesquisa em empresas, incluindo as companhias chinesas que já investem em São Paulo. “Encorajamos essas empresas a instalar centros de pesquisa em São Paulo, como no Instituto Butantan, que pode ser parceiro de instituições de pesquisa em biotecnologia da China”, afirmou, completando que a FAPESP, nesse ponto, pode desempenhar papel fundamental.
De acordo com Jinzhang, China e Brasil já possuem um histórico de cooperação e complementaridade. Como exemplo, ele destacou que a maior malha ferroviária de alta velocidade do mundo está em seu país, que encara com seriedade a parceria tecnológica em áreas estratégicas como a de transportes, como a existente atualmente com a Embraer para a fabricação de aviões.
Outra área promissora nessa parceria é a de telecomunicações, lembrou Celso Lafer, que citou o desenvolvimento conjunto de satélites entre os dois países, iniciado quando esteve à frente do Ministério das Relações Exteriores do Brasil. De lá para cá, disse, a parceria se intensificou e está se consolidando.
Contudo, para o presidente da FAPESP, a aproximação entre os dois países não deve dar-se apenas nas áreas comercial ou econômica, mas também no que diz respeito à produção do conhecimento.
“A China é um país importante na produção de conhecimento e está no horizonte do processo de internacionalização da pesquisa brasileira. No caso da FAPESP, o país passa a ter importância prioritária, em uma cooperação que vai se adensar ainda mais com a realização de uma FAPESP Week na China”, disse Lafer.
O evento, que reunirá pesquisadores brasileiros e chineses, conta também com o envolvimento da Fundação Nacional de Ciências Naturais da China, da Universidade de Peking e da Universidade Tshinghua e está previsto para ocorrer em Pequim em abril de 2014.
São Paulo – O embaixador da China no Brasil, Li Jinzhang, visitou a FAPESP na sexta-feira (06/09), acompanhado da conselheira política da embaixada em Brasília, Tian Min, e do adido civil da representação chinesa no Brasil, Deng Huan.
A crescente e estratégica aproximação entre os dois países nas áreas de ciência e tecnologia esteve na pauta de discussões.
A necessidade de aproximação entre pesquisadores brasileiros e chineses e os benefícios mútuos que essa cooperação poderá trazer ao conhecimento acumulado pelos dois países também foram tema das conversas.
Para o embaixador, China e Brasil compartilham diversos pontos em ciência e tecnologia. “Os governos e diversos setores da sociedade dos dois países consideram a ciência e a tecnologia pontos cruciais para o desenvolvimento da sociedade. É natural buscarmos aproximações nessa área, embora nossos sistemas de ciência e tecnologia sejam diferentes”, disse Jinzhang à Agência FAPESP.
Ele observou que, nos últimos anos, a China aumentou os investimentos em ciência, tecnologia e educação, o que fez com que outros setores da sociedade chinesa percebessem os resultados desses investimentos, passando a apoiá-los como prioridade. Isso explicaria, segundo ele, a significativa participação das empresas no desenvolvimento científico e tecnológico do país.
“Para encorajar ainda mais esses investimentos, a China estabeleceu uma série de parques de desenvolvimento de ciência e tecnologia em diferentes regiões do país e, a fim de facilitar as pesquisas, passou a dar incentivos, em todos os níveis de governo, às instituições de pesquisa, universidades e empresas, em todas as áreas."
Durante a visita do embaixador à Fundação estiveram presentes Celso Lafer, presidente da FAPESP, Eduardo Moacyr Krieger, vice-presidente do Conselho Superior da Fundação, e José Arana Varela, diretor-presidente do Conselho Técnico-administrativo da FAPESP. Também acompanharam a visita Hernan Chaimovich, assessor especial da Diretoria Científica, Marcelo Knobel, Coordenação Adjunta de Colaborações em Pesquisa, e Carlos Eduardo Lins da Silva, consultor em Comunicação da Fundação.
Investimento e cooperação
Como resultado dos grandes investimentos chineses em ciência e tecnologia, o embaixador da China no Brasil destacou o grande número de patentes registradas por seu país. De acordo com ele, os chineses já estão entre os maiores do mundo também nesse quesito.
Para Jinzhang, algumas áreas de pesquisa interessam especialmente à China para a realização de futuras parcerias. “O Brasil possui know-how em diversos setores, com pesquisas de ponta nas áreas de aviação civil, aeroespacial, agricultura, nanotecnologia e energias alternativas. Ambos os países têm interesses nessas áreas e há colaboração, inclusive, entre laboratórios que já atuam conjuntamente.”
No caso do Estado de São Paulo, o embaixador da China frisou que considera o estado não apenas o coração da economia brasileira, mas também da pesquisa, da ciência e da tecnologia. “Após esse contato inicial, esperamos contribuir para que as instituições acadêmicas e de pesquisa paulistas possam encontrar novas formas de cooperação com as instituições congêneres chinesas”, disse.
A discussão, segundo o embaixador, deve considerar também a cooperação para a pesquisa em empresas, incluindo as companhias chinesas que já investem em São Paulo. “Encorajamos essas empresas a instalar centros de pesquisa em São Paulo, como no Instituto Butantan, que pode ser parceiro de instituições de pesquisa em biotecnologia da China”, afirmou, completando que a FAPESP, nesse ponto, pode desempenhar papel fundamental.
De acordo com Jinzhang, China e Brasil já possuem um histórico de cooperação e complementaridade. Como exemplo, ele destacou que a maior malha ferroviária de alta velocidade do mundo está em seu país, que encara com seriedade a parceria tecnológica em áreas estratégicas como a de transportes, como a existente atualmente com a Embraer para a fabricação de aviões.
Outra área promissora nessa parceria é a de telecomunicações, lembrou Celso Lafer, que citou o desenvolvimento conjunto de satélites entre os dois países, iniciado quando esteve à frente do Ministério das Relações Exteriores do Brasil. De lá para cá, disse, a parceria se intensificou e está se consolidando.
Contudo, para o presidente da FAPESP, a aproximação entre os dois países não deve dar-se apenas nas áreas comercial ou econômica, mas também no que diz respeito à produção do conhecimento.
“A China é um país importante na produção de conhecimento e está no horizonte do processo de internacionalização da pesquisa brasileira. No caso da FAPESP, o país passa a ter importância prioritária, em uma cooperação que vai se adensar ainda mais com a realização de uma FAPESP Week na China”, disse Lafer.
O evento, que reunirá pesquisadores brasileiros e chineses, conta também com o envolvimento da Fundação Nacional de Ciências Naturais da China, da Universidade de Peking e da Universidade Tshinghua e está previsto para ocorrer em Pequim em abril de 2014.