Tecnologia

CF-31, um notebook de guerra

Toughbook resiste a quedas de até 1,80 metro, a calor e frio extremos

Toughbook: segundo a Panasonic, ele pode ser usado em regiões onde o frio chega a 28 graus negativos ou mesmo na neve (Marcelo Kura)

Toughbook: segundo a Panasonic, ele pode ser usado em regiões onde o frio chega a 28 graus negativos ou mesmo na neve (Marcelo Kura)

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Da Redação

Publicado em 26 de março de 2011 às 12h04.

São Paulo - O notebook que você vê na foto acima enfrentou uma série duríssima de testes no INFOlab. Caiu no chão, tomou banho numa fonte e dividiu espaço em um freezer industrial com sorvetes e batatinhas congeladas. Mas o Panasonic Toughbook CF-31 sobreviveu a tudo sem parar de funcionar. Trata-se de um notebook incomum, a começar pelo design em forma de maleta 007 que o deixa parrudo e pesado. Envolvido por um corpo feito de liga de magnésio que o torna resistente a condições extremas, o Toughbook pode cair de uma altura de 1,80 metro, quicar e deslizar pelo chão sem sofrer nenhum tipo de avaria. Mesmo com o forte impacto, a tela de 13,1 polegadas permanece intacta e o Windows rodando. O máximo que pode acontecer é ganhar alguns arranhões na parte externa.

O Toughbook é também resistente a temperaturas extremas. Segundo a Panasonic, ele pode ser usado em regiões onde o frio chega a 28 graus negativos ou mesmo na neve. Que tal uma expedição na Antártica? Ao contrário, se o usuário estiver num local quente, de até 60 graus, como uma sauna úmida, o Toughbook vai iniciar o Windows 7 Professional sem suar, como se estivesse na mesa de um escritório com temperatura agradável de ar-condicionado.

O notebook durão é destinado a em- presas com operação de alto risco, como petroleiras, refinarias, siderúrgicas e geradoras de energia. Órgãos de segurança pública também podem optar pelo computador para equipar viaturas, já que o Toughbook aguenta bem as trepidações resultantes da alta velocidade dos carros de polícia e a água dos caminhões de bombeiro.

Forças militares também costumam se interessar pelo Toughbook, não só por sua cara de mau, mas por atender ao padrão militar 810G e ao certificado IP65. Eles indicam que o notebook está preparado para situações de guerra, como mudança brusca de temperatura, poeira em excesso e rajada de partículas de pedras. Aos tiros de metralhadora o Toughbook ainda não resiste. Talvez numa próxima versão.

Ambientes hostis

A linha Toughbook existe há 17 anos, mas só agora chega ao Brasil. Os engenheiros que a desenvolveram demoraram cerca de cinco anos para conseguir encontrar o material adequado para transformá-lo num notebook super-resistente. Pessoas que nem em sonho participarão de uma guerra, mas que estejam dispostas a desembolsar 18.000 reais por uma máquina durona, podem comprar o Toughbook por telefone, direto na Panasonic. Mas ele só é indicado para quem trabalha em condições extremas ou vai se me- ter em aventuras por regiões inóspitas, como caminhadas em florestas, escaladas ou em viagens intercontinentais por locais cuja temperatura varia de um extremo a outro.


O Panasonic Toughbook testado pelo INFOlab é equipado com processador i3 M350,tem 2GB de RAM e HD de 160GB. Ele pesa 3,05 quilos. A configuração é boa para notebooks da mesma categoria (aqueles com tela de 12,2’’ a 13,5’’). Mas o Toughbook fica devendo quando é exigido para trabalhos comuns do dia a dia, como a execução de vídeos e o tratamento de imagens, por exemplo.

Sua força é proporcional ao desconforto. O touchpad do notebook da Pana- sonic exige pressão extra dos dedos para mover o cursor. O mesmo esforço precisa ser feito para abrir as portas laterais que lacram as conexões HDMI, USB, Wi-Fi, de rede e energia, além dos compartimentos que armazenam o HD e o drive de DVD (não disponível na ver- são testada). O esforço extra tem uma explicação: as travas fortes protegem as conexões durante as eventuais quedas do Toughbook.

Desempenho mediano

A máquina vem com tela sensível ao to- que que ainda tem muito o que melhorar. Para conseguir ativar um ícone do Windows é preciso exagerar na pressão do dedo contra a tela. E, mesmo assim, não funcionou bem nos testes. Em contrapartida, a tecnologia CircuLumin — que deixa a tela visível mesmo sob sol forte — funciona perfeitamente. Uma boa notícia para quem precisa trabalhar no calor do deserto ou em alto-mar.

O teclado do Toughbook foi desenhado para mãos pequenas. As teclas são compactas e sensíveis ao toque. Quem usa luvas protetoras no trabalho ou tem mãos grandes encontrará dificuldades para digitar um texto e usar todos os re- cursos do notebook da Panasonic. Não deixa de ser uma contradição para o fortão e resistente Toughbook.

 

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