Lei Jun perdeu quase 3 bilhões de dólares com a queda recorde de 10% das ações (Bobby Yip/Reuters)
Laura Pancini
Publicado em 16 de janeiro de 2021 às 07h00.
A surpreendente inclusão da Xiaomi pelo governo Trump na lista de empresas com proibições custou muito caro aos principais executivos da empresa.
Lei Jun, CEO que cofundou a fabricante de smartphones há cerca de uma década, perdeu quase US$ 3 bilhões com a queda recorde de 10% das ações, segundo o Índice de Bilionários da Bloomberg. Lin Bin, vice-presidente da empresa, perdeu US$ 1,5 bilhão, e a fortuna de pelo menos cinco outros acionistas bilionários também encolheu.
Enquanto o setor de tecnologia da China era atingido pelo crescente escrutínio do país asiático e outros vetos de Trump, a Xiaomi prosperava. A empresa de Pequim superou as vendas de smartphones da Apple no terceiro trimestre e ganhou participação de mercado da Huawei Technologies, que foi prejudicada pelas sanções dos EUA. As ações da Xiaomi fecharam em alta recorde na semana passada e, em dezembro, o valor de mercado da empresa ultrapassou US$ 100 bilhões e finalmente atingiu a meta da abertura de capital em 2018.
Mas a mais recente investida do governo Trump em seus dias finais rapidamente levou a empresa abaixo daquele nível. A mudança surpreendeu investidores, porque as proibições anteriores se concentraram em empresas chinesas com laços militares e valor estratégico para o crescimento do setor de tecnologia. A Xiaomi disse que não pertence e nem é controlada por militares da China.
Lei, dono de mais de 25% da Xiaomi, agora tem fortuna de US$ 28,2 bilhões em comparação a US$ 33,2 bilhões quando as ações atingiram uma máxima na semana passada, enquanto o patrimônio de Lin soma US$ 10,1 bilhões. Lei começou o ano como o quarto magnata de tecnologia mais rico da China, logo atrás de Jack Ma, cuja fortuna diminuiu cerca de US$ 10 bilhões desde o final de outubro em meio ao maior escrutínio do governo sobre seu império.