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Centros de tratamento não dão conta de infectados com ebola

O surto de ebola que já matou mais de mil pessoas transformou partes da África ocidental numa zona de batalha

ebola (Reuters)

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Da Redação

Publicado em 15 de agosto de 2014 às 16h53.

O surto de ebola que já matou mais de mil pessoas transformou partes da África ocidental numa zona de batalha, situação que pode durar até mais seis meses, advertiu o Médicos Sem Fronteiras (MSF) nesta sexta-feira, 15. Tarnue Karbbar, que trabalha para o grupo Plan International no norte da Libéria, disse que as equipes de emergência simplesmente não são capazes de documentar todos os casos que surgem.

Muitos dos doentes ainda são escondidos dentro de casa por parentes por terem muito medo de ir até os centros de tratamento da doença. Outros são enterrados antes que as equipes possam chegar para identificar a doença, disse ele. No últimos dias, cerca de 75 casos surgiram em apenas um distrito. "Nosso desafio agora é colocar em quarentena a região para interromper a transmissão com sucesso", afirmou Karbbar, referindo-se à área de Voinjama.

Os centros de tratamento para o ebola estão sendo totalmente ocupados numa velocidade maior do que são montados, prova de que o surto no oeste africano é mais grave do que mostram os números, afirmou um funcionário da Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta sexta-feira.

O Médicos Sem Fronteiras comparou a situação a um estado de guerra e disse que o surto pode durar mais seis meses. "Estamos correndo atrás de um trem que segue adiante", disse Joanne Liu, presidente internacional do MSF, em Genebra na sexta-feira. "E é literalmente mais rápido do que estamos fazendo em termos de resposta."

Na quinta-feira, a OMS advertiu que a contagem oficial de 1.069 mortos e 1.975 infectados pode "estar enormemente subestimando a magnitude do surto". A agência da ONU diz que medidas extraordinárias são necessárias "numa escala enorme para conter o surto em ambientes caracterizados pela extrema pobreza, sistemas de saúde disfuncionais, uma grave escassez de médicos e medo desenfreado".

O fluxo de pacientes para cada centro de tratamento recém-aberto é a prova de que as ferramentas oficiais não estão se sustentando, disse Gregory Hartl, porta-voz da OMS, em Genebra. Fonte: Associated Press.

 

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